Texto – II Timóteo 4: 6 – 13
ICT – Considerações finais e recomendações do apóstolo Paulo. O apóstolo sente que o dia da sua partida está próximo, por isso mesmo sente uma urgência nas demandas que tem para com o seu servo Timóteo.

     
     Quero agradecer ao convite para poder, nesta manhã, conduzir, pela graça divina, esta reflexão. Espero que ela seja edificadora para todos nós. Também quero esclarecer que tem se tornado comum para mim o uso de um texto escrito e de próprio punho e que qualquer semelhança que porventura seja encontrada na internet, terá sido mera coincidência. Num ambiente como este faço sempre a opção de me pautar por uma fala desta natureza. Ela também está também relacionada à constatação de minhas limitações, já que com o passar dos anos é natural que a nossa capacidade mental passe por algum processo de adequação.

     
     Entendo ser normal a utilização de material escrito. Mesmo que o ambiente seja eclesiástico. Isto não significa que os nossos sermões não tenham que ser redigidos, mas a expressividade tem maior prevalência. No nosso caso, e por causa do desempenho e retórica a ser observada, a opção não é pela expressividade oral e querigmática. Ou seja, muito embora o ambiente seja eclesiástico, isto aqui não é uma pregação. Entretanto, a minha oração é no sentido de que ela chegue ao coração de cada um dos colegas como Palavra de Deus. E me sirvo neste momento da expressão Palavra de Deus, como que parafraseando Paulo ao escrever a primeira epístola aos Tessalonicenses 2:13, louvava a Deus pelo fato de aqueles crentes terem recebido a palavra de pregação de Paulo não como palavra de homens, mas como deveria ser Palavra de Deus.

     
     Quanto a esta reflexão, ela se apoiará fundamentalmente em pressuposições com base nas escrituras sagradas e em algumas observações tecidas a partir das quais, por experiências próprias, são as marcas do linguajar e do universo paulino. Logo, são ações propositivas quanto uma possível e eventual crítica textual que irão se constituir no eixo temático desta fala. Se não fosse assim não teria porque utilizar como texto básico desta reflexão um trecho de uma das epístolas paulinas. A segunda epístola a Timóteo, que por conta de uma exegese que há pelo menos duzentos anos levantou a questão quanto a possíveis pseudoepístolas de Paulo listadas no CORPUS PALINUM (SCHCREINER, DAUTZEMBERG, Formas exigências do Novo Testamento p.) está listada por esta mesma exegese como uma das cartas autênticas de Paulo (A grande maioria dos exegetas do Novo Testamento apontam Colossensses; II Tessalonicenses; Efésios como epístolas pseudo-paulinas).

     
     Nós não temos espaço nesta manhã para nos enveredarmos neste assunto, mas é sempre um bom exercício de análise e crítica textual. Além do mais, existem excelentes obras em Português que tratam deste assunto. Porém o que se pode depreender a partir de uma primeira leitura e de forma superficial, tal como se fosse uma leitura de reconhecimento. É que esta epístola revela uma espécie de luta do apóstolo contra o tempo. Ele sabe que o tempo de sua execução está se esgotando e transmite por esta carta algumas orientações a este jovem pastor, mas não descarta a possibilidade de ainda revê-lo antes do fim trágico que lhe espera.

     
     O que caracteriza esses acontecimentos finais na vida de Paulo, não é a iminência aterrorizante do que está por vir. Não se pode negar a demanda urgente com que o apóstolo pensa em resolver as situações pendentes, porém o pouco tempo que lhe resta não é motivo para que sua mente entre em desespero. Seu apelo a Timóteo para que venha ter com ele depressa diz respeito à falta que faz alguém que lhe fosse tão próximo com quem o apóstolo pudesse trocar confidências e ao mesmo tempo estar solidário com ele diante de uma situação constrangedora. Encaminho a questão deste horizonte de perspectiva, imaginando que se somente olharmos o apóstolo como grande servo de Deus e que foi capaz através de uma dedicação ímpar a obra do Senhor, incorreremos no hábito de despojá-lo do seu lado humano e pessoal. E este texto nos oferece a possibilidade de também nos sensibilizarmos com sua condição humana e pessoal, de alguém que, apesar das condições em que se encontrava, mostrava com dinamismo o quanto a obra ministerial a ele confiada por Jesus era importante. E que naquele exato momento atravessava sérios conflitos existenciais.

    
      Por outro lado, ao pensarmos na forma enfática com que admoesta Timóteo nos versos que precedem o trecho sob análise que vai do verso 01 ao 05 deste capítulo 04, sob pena de ser ajuizado por Cristo, que segundo as palavras de Paulo é aquele que eficazmente haverá de julgar os vivos e os mortos. Num tom imponente e impositivo por força da própria situação, deixa a seguinte sentença: “Prega a palavra”, ao mesmo tempo, informa que para tal prática não se pode esperar por oportunidade. Toda ocasião é ocasião pra se pregar o evangelho. Este tipo de admoestação revela um dado muito importante que se pode encontrar em Paulo, é a preciosidade no trato do tempo (Gl 6:10; Ef 5:16; Cl 4:5 e Rm 12:2). O tempo é um dos principais elementos para construção do seu pensamento teológico e de fundamentação tanto da missão da igreja quanto do seu chamado específico. É muito comum do ponto de vista da filosofia da história de Paulo, e que na verdade é uma herança do judaísmo e que por extensão influencia radicalmente o pensamento cristão, aquela ideia de que a história caminha para o seu TELOS. É por assim dizer a dinâmica do início, meio e fim. Isto não era comum nas culturas do mundo antigo. Apenas a título de exemplo cito o caso grego e a ideia cíclica do tempo.

     
     O tempo é um fator de vital importância na vida de Paulo que, muito embora em algumas ocasiões tenha demonstrado o seu grande conhecimento literário e filosófico, tal como em Atos 17:26-28, ele os usa tendo como objetivo apresentar uma dinâmica deste mesmo tempo e o encaminha como contra ponto daquele ambiente e contexto que se encontrava, o Areópago de Atenas (Vide notas de rodapé, Bíblia Shedd de Atos 17:26-28). No verso 26 pondera sobre uma questão que hoje se arrasta modernamente em assuntos como Criacionismo e evolucionismo _ ali monogenismo ou não. No verso 27 faz referência a Platão e como indicava as melhores conjecturas pra se atingir a verdade era o que ele mesmo, Platão, chamava de ENANTIODROMIA. Paulo então cita o Phaedo, 99. No verso 28 há citações de poetas como Epímenes e Cleantes que são do III século; (As notas de rodapé da Bíblia de Jerusalém também possuem referências que vão nesta mesma linha).

     
     Pode ser que se Paulo estivesse no FORUM ROMANO, talvez ele até pudesse fazer menção do poeta clássico Virgílio (70 AC) dadas algumas semelhanças e afinidades sobre suas ideias com o discurso e pregação cristã. O próprio Dante acreditava que ele (Virgílio) fosse um profeta cristão (Leopoldianum, Revista de estudos e comunicações, Virgílio sempre, volume x _ 1983 _ 28 p.86.). Para levantar a questão quanto a uma intencionalidade subjacente a esta, Paulo reputa todas estas coisas como descartáveis por amor a Cristo. Sua orientação a Timóteo tanto na primeira epístola (I Timóteo 1:4) quanto na segunda epístola (II Timóteo 4:4) segue esta linha de pensamento. Que pensamento então seria este? Evite as fábulas. Por conta disso e na contra partida de tudo isto, encontramos conceitos, como KAIROS e PLEROMA, oriundos do mundo Greco-romano e que sob a pena de Paulo retratam o dinamismo efervescente de sua vida e o caráter expansivo do seu ministério.

     
     A recomendação do apóstolo revela exatamente o que tem sido a sua própria vida. Estamos diante de alguém que a partir daquele momento singular e transformador da sua vida, que foi sua conversão (Atos 9:1-31). Fez literalmente do seu apostolado a sua vida. Seu ministério era sua vida, sua vida era seu ministério. Tenho visto pastores que ainda gozam de perfeita saúde e ao se aposentarem encerram também o seu ministério. Outros trabalham e por causa dessas ocupações seculares ficam impedidos de poderem dedicar ao ministério um tempo maior, objetivando servirem integralmente ao ministério ao se aposentarem. Com Paulo e em sua mente, as coisas não acontecem dessa maneira. Estamos acostumados a constatar e nos surpreender com a intensidade e exuberância com que sempre tratou a obra de evangelização e consequentemente a expansão do evangelho que tomou vulto através do caráter proativo de suas atitudes: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21).

     
     O tom litúrgico com que abre o verso 06, a partir deste, a reflexão propriamente dita desta manhã se inicia, mostra claramente que o apóstolo é a oferenda, conquanto não haja qualquer tipo de identificação por parte de quem efetivamente haverá de ministrar este serviço público de culto. Ou como no adágio popular dos nossos dias, “Alguém pediu a minha cabeça”. O que vemos é o apóstolo eufemisticamente falando de sua morte. A ideia é de um navio que levanta âncora ou de um de um soldado que levanta acampamento. Agora, mais do que nunca, as coisas não dependem mais de suas forças, e, muito menos, do seu espírito voluntarioso. Sua situação neste momento retrata o que foi o seu segundo encarceramento.

     
     O que temos enquanto dados escriturísticos, está registrado em Atos 28:01-31, que foi o primeiro encarceramento em Roma. Porém nesta epístola de II Timóteo temos o registro de um segundo encarceramento que pode; ou não, ter sido em Roma, há controvérsias quanto a sua localidade, mas não quanto ao local de sua execução que todos apontam que ocorreu em Roma por volta do ano 68 DC. Diferentemente do primeiro, neste as condições da prisão são insalubres. A situação deste segundo encarceramento retrata as condições sub-humanas em que Paulo se encontrava. Totalmente diferente do que foi o encarceramento narrado por Lucas em Atos 28:01-31.

    
      Entre sua liberdade narrada em Atos 28:30 ocorrida por volta do ano 63 DC (Filemom 22) e o seu segundo encarceramento ele pode ter estado em Creta, Colossos, Macedônia, Corinto, Nicópolis, Dalmácia e Troas, até o provável martírio em 68 DC (JAMIESON, FAUSSET, BROWN. Comentario exegético y explicativo de La Biblia. Casa Bautista de Publicaciones, Septima edicion, 1981, pg 299.). Para levantar uma questão quanto a esta situação constrangedora por que passa; ou a uma eventual intencionalidade por parte não se sabe de quem, eu diria, num tom um tanto quanto sarcástico e poético, que o seu ocaso não é a ocorrência de um natural encobrimento do sol.

     
     Não há nada que deponha contra a retidão do espírito deste apóstolo. Se no verso 06 a imagem por ele utilizada é a de um serviço litúrgico onde ele se vê como a oferenda, o verso 07 inaugura o caráter dinâmico de uma batalha já por ele finalizada. A grande questão não está na batalha, mas em função de que ela tenha ocorrido. O perfeito médio grego aponta para uma ação contínua por parte de quem a pratica e no âmbito dele próprio, até que a mesma seja concretizada sumariamente tornando-se assim o passado de um presente atual (EGONISMAI Presente Médio AGONIDZOMAI). Assim também é a carreira como expressão do aspecto dinâmico da vida deste apóstolo. Vale dizer que na perspectiva de Paulo todas essas ações acontecem em função de um único objetivo, guardar a fé. Sua preocupação pessoal em conservar os princípios da fé que abraça foi sempre uma constante em sua vida: “Eu sei em quem tenho crido e estou certo que ele é poderoso pra guardar o meu depósito até aquele dia” (II Timóteo 1:12).

     
     Paulo também faz menção de uma coroa de justiça e com isso fala de um Deus que é sim recompensador àqueles que vivem suas vidas com fidelidade. Curiosamente este é o tipo de recompensa da qual pouco se fala atualmente. As recompensas de que nos damos conta hoje e que ocorrem com muita regularidade no meio cristão evangélico são aquelas fundamentadas teologicamente sob a roupagem da teologia da prosperidade. Aliás, gostaria de recomendar uma fala desenvolvida por um professor de história da UNICAMP, chamado Leandro Karnal. O título é As três teologias. Neste vídeo o palestrante após definir o caráter da TEOLOGIA como a tentativa de sair do material para o abstrato tendo como ação propositiva e hermenêutica uma leitura universalizante da história, analisa essas três teologias listadas por ele como: Autoajuda; Prosperidade; Empreendedorismo. E é a partir dessa conceptualização um tanto quanto romantizada (O romântico sempre visualiza um passado glorioso como um ideal) da TEOLOGIA que tece uma crítica velada e contundente ao escopo ideológico dessas três teologias.

     
     Não se pode omitir que em Paulo está muito presente a figura de um justo Juiz que não somente pune diante da iniquidade (Cl 3:6: I Ts 1:10), mas está também pronto a recompensar. A extensão desta recompensa está diretamente ligada àqueles que amam, anseiam e aguardam a sua vinda. Quando há dois parágrafos atrás fiz menção da qualidade e aspecto do verbo grego no perfeito, o objetivo segundo o entendimento de Paulo é que o resultado das ações desencadeadas por ele ao longo de sua vida e experiência de ministério com Deus são tipificados por ocorrências como: Depósito da fé; Aquele que tem a custódia do seu tesouro; e porque não dizer A coroa da justiça. Constata-se com muita claridade que o horizonte teológico paulino é de uma justificação em Cristo Jesus. Porém, ele não perde a memória de que é pela prática da iniquidade que a Ira divina se manifesta.

     
     Sempre quando fazemos menção de Paulo em nossos sermões ou qualquer outro tipo de apontamento, temos uma tendência em caricaturá-lo: “O apóstolo das gentes”; “Um judeu crente e zeloso”; “Um profundo conhecedor das escrituras e da tradição judaica”; ou quem sabe até mesmo um rabino. Entretanto o que vemos neste verso 09 é uma pessoa carente e fragilizada e que sente na pele a dor do abandono. Não creio que o abandono por que passa seja objeto tão somente do seu ajuizamento moral. Ele é real pelas razões que ele mesmo passa a descrever. Neste caso, a referência é com relação a Demas. Somente este o deixa seduzido pelo mundo. Por conta da referência aos demais que são seus cooperadores, o fato deles o terem deixado, também cria uma sensação de abandono. Estes são Crescente e Tito.


     A referência a Lucas, muito embora também seja em outras situações listado como um dos seus cooperadores, senão dele pelo menos da obra (Filemon 24). Sugere uma grande oportunidade para num outro momento ser objeto de uma reflexão mais apurada. Considerando quando o assunto são os autógrafos dos textos do Novo Testamento e a atribuição que a Lucas se faz de ser o autor do terceiro evangelho, um dos sinóticos, bem como a forma empreendedora do seu projeto de pesquisa (O evangelho de Lucas propriamente dito). Poderíamos rapidamente conjecturar que o fato de somente Lucas ter permanecido com ele, tinha como objetivo a apuração de dados para a concretização do seu projeto histórico redacional (Lucas-Atos). ISSO AQUI É SOMENTE UMA CONJECTURA PESSOAL


     Se considerarmos do ponto de vista Bíblico, teológico e eclesiástico que há uma diversidade de ministérios. Muito embora Lucas estivesse ali com ele, para os objetivos de Paulo, Lucas não se adequava. Ora isto é perfeitamente normal. O melhor exemplo que temos pra este tipo de colocação é este ambiente de comunhão experimentado aqui. Os diversos ministérios aqui representados e muitos outros que se inserem neste contexto de reunião fraternal, não são parâmetros para o exercício de nossas afinidades pessoais e ministeriais. Daí a recomendação a Timóteo pra que este trouxesse a Marcos, pois naquele momento lhe era extremamente útil. A mente de Paulo está a mil por hora, ao mesmo tempo em que se ressente de abandono, como um bom bispo ou supervisor de sua obra e ministério, relata o envio de outro cooperador, Tíquico a Éfeso. Este relato precisa ser mais bem analisado, já que Éfeso era considerada como uma das bases do ministério de Paulo. O próprio Timóteo foi pastor desta igreja.


     Até aqui temos visto o apóstolo em meio às relações interpessoais já que trata nesta epístola e especificamente neste capítulo de recomendações, admoestações e exortações finais a seu filho na fé Timóteo que também era pastor e um dos principais cooperadores do seu ministério. Porém neste verso 13 a recomendação é no sentido de que Timóteo traga a capa deixada por ele em Trôade. Não se sabe ao certo os motivos que o levaram a deixar tal capa na casa de Carpo. Ao que tudo indica talvez tenha sido por causa de uma daquelas fugas inesperadas em meio às perseguições que de forma contumaz ocorreram no transcurso do seu ministério. A recomendação não se restringe a capa, mas também aos livros e especialmente aos pergaminhos.


     Sempre que me deparo com este texto lembro-me do professor Roberto Alves de Souza que foi meu professor de Teologia do Novo Testamento e de grego do Novo Testamento no Seminário do Sul. Ele se valia deste texto e enfatizava a importância que Paulo dava aos seus textos e principalmente porque eram eles que proporcionavam suas reflexões a cerca da fé. Se a capa tinha como principal característica aquecê-lo ao suportar invernos rigorosos bem como as condições de uma prisão insalubre, os seus livros e pergaminhos davam-lhe sustentação, aquecimento e fervor espiritual.


     O que nos chama a atenção ante a referência da capa e dos livros é a praticidade de combinação que estes dois elementos traduzem. Fico imaginando o apóstolo durante a noite sendo aquecido pela capa que não somente o protegia do frio bem como da chuva, debruçando-se sobre algum texto na tentativa tanto de se deleitar, caso fosse algum texto sagrado. Ou mesmo tentando escrever alguma epístola com palavras de consolo e de ensinamento teológico para algumas das suas comunidades.


     Não sei quantos aqui já ouviram falar ou se depararam em algumas de suas leituras com o termo grego PALIMPSESTO (PALIM – De novo e PSAO – Arranhar, raspar). É geralmente utilizado como uma terminologia técnica. Muito presente em obras que tratam da origem, formação e estrutura do Cânon do Novo Testamento. O termo significa literalmente raspado novamente. Era muito comum na antiguidade, até por que era um material muito caro, a reutilização do material antigo. Para tanto se procedia com a raspagem do que estava escrito para se escrever um novo texto sobre aquela superfície de pele também chamada de pergaminho. Um famoso manuscrito UNCIAL (Vertido em maiúsculas) do Novo Testamento foi descoberto dessa maneira. Este é o CÓDICE EPHRAEMI RESCRIPTUS, uma obra datada do V século contendo todo o Novo Testamento exceto II Tessalonicenses e II João. Um cidadão chamado Efraim Siro, no século XII, raspou todo o conteúdo do Novo Testamento para escrever seus sermões (Bittencourt, B. P. O Novo Testamento – Língua, cânon e texto. P.141), mas você também encontrar esta referência no Wikipédia. Este manuscrito se encontra na Biblioteca de Paris.


     Quero encerrar esta reflexão lembrando-me de Heidegger que durante um daqueles cursos de verão, muito comum nas universidades europeias até hoje, sobre o pensador pré-socrático Heráclito, chama a nossa atenção em caráter introdutório para dois de seus fragmentos: Em um deles o pensador está junto ao forno aquecendo-se e esperando o pão assar. Isto aguçou a curiosidade dos seus contemporâneos, então Heráclito responde-lhes: “Até aqui o deuses se fazem presentes” (HEIDEGGER, Martin. Heráclito, A origem do pensamento ocidental. Rio de Janeiro. Relume Dumará, 1998. p. 22) Em outra situação o pensador está jogando dados com as crianças no Templo da Deusa Diana (Artemis) dos Efésios. E novamente a curiosidade alheia se volta pra ele e então se pronuncia: “Seus infames, o que estão olhando aqui tão espantados? Não é melhor fazer o que estou fazendo do que cuidar da PÓLIS junto com vocês?" (HEIDEGGER, op cit. p. 25)


     Entendo que para Paulo, em seu momento de pura devoção, uma capa para protegê-lo do flagelo do frio e os livros e as peles para seu conforto espiritual lhe bastavam. Pode-se ver que era alguém com hábitos bastante simples. Mas a pergunta que fica é: Qual tem sido a nossa capa? E principalmente quais têm sido os nossos livros e as nossas peles? E que tipo de resultados eles têm produzidos em nossas vidas e ministérios? AMÉM?

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