João na Ilha de Pátmos     



     Na semana passada, mais especificamente no dia 27/11/2017. Em uma segunda feira pela manhã. Em um consagrado café de pastores da zona oeste do Rio de Janeiro, carinhosamente nominado de "Café dos Anjos", tive a grata satisfação de ouvir uma palavra que realmente veio do céu para o meu coração. Por ocasião deste evento, Deus que é infinito em sua misericórdia, atuou poderosamente na vida do seu servo, o meu amigo e pastor Marconi Nascimento. O impacto de sua palavra reverbera até este momento em mim. E é por conta deste impacto que me senti compelido a fazer uso desta ferramenta e a tecer alguns comentários quanto a mesma.
    
     O texto que serviu de base para meditação está registrado no livro de Apocalipse 1:1. Neste verso, em especial, o anjo do Senhor vem até o apóstolo na condição de conservo, e tendo como principal incumbência, a de ser o guia para aquilo que o Senhor mesmo se encarregaria de revelar e que deveria ser prontamente registrado em um livro.
     
     Ainda por conta das condições em que se encontrava o apóstolo a esta altura de sua vida. Não se pode esquecer que neste momento da vida o mesmo já é uma pessoa avançada em idade. Ainda assim , ele é a pessoa escolhida pelo Senhor Jesus a levar a cabo esta responsabilidade. Responsabilidade esta que aos nossos olhos humanos estariam melhor nas mãos de alguém mais jovem.
     
     Imaginem os senhores uma pessoa já idosa, encerrada em uma ilha presidio e em condições insalubres. Ser escolhido pelo Senhor Jesus para ser o responsável pela revelação das últimas coisas. Imaginem também que qualquer ancião em algum momento da vida passa a ter problemas com a visão. E é justamente com base na sua qualidade e sentido da visão que ele se constituirá como um VIDENTE para aquilo que o anjo do Senhor o mostrará.
     
     Foi lembrado também o significado e etimologia do termo PÁTMOS, que muito embora fosse uma ilha presídio e que por isso mesmo abrigava ali criminosos de alta periculosidade, o seu nome traz o estigma de ser uma ilha de morte. O grande milagre e proeza divina, é que mesmo onde a morte impera, quando o Senhor age tudo o mais é levantado e ressuscitado. Foi o que aconteceu com o apóstolo João. Mesmo encerrado naquele lugar de trevas. Até ali a luz irradiada pela presença do Senhor se faz presente.
     
     O ponto alto desta palavra do Pastor Marconi, foi a ênfase dada à localização geográfica da ilha. localizada no Mar Egeu meridional e a 55 Km da costa sudoeste da Turquia, possui uma área de 45 Km² e uma população de 3.047 habitantes(Dados de 2011). E entende-se o nome PÁTMOS pela função que desempenhou esta ilha em suas origens, uma vez que abrigou criminosos. Muito embora o sentido original seja em função de seu aspecto tristonho.
     
     Pode ser que em função de todos estes acontecimentos ocorridos na vida do apóstolo. E ainda pelo fato de sua idade avançada, este pudesse não mais alimentar algum tipo de esperança quanto ao agir divino em sua vida. Mas Pátmos não era e nunca foi aquilo que Dante séculos mais tarde chamaria do ponto de vista artístico e estético de INFERNO, a ponto de destacar em seu portal a célebre frase: "Lastiate ongne speranza voi ch'intrate" (INFERNO, Canto III, verso 9). Deitai fora toda a esperança vós que entrais.

     O anjo, a mando do Senhor Jesus, vem ao encontro de João estando ele nestas condições. E ele dá testemunho disto e do porque estar encerrado nesta ilha:
"Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus”. (Apocalipse de João 1,9) Bíblia de Jerusalém.

     Os testemunhos bíblicos atestam que Deus nunca vê algum tipo de impedimento em seu agir desde que se clame pela sua presença. O objetivo deste texto apocalíptico, é também o resultado do clamor que o povo de Deus incessantemente faz pela sua vida e pelo testemunho de fé em sua palavra com base em sua fidelidade para com seu povo. Um outro exemplo disso encontrado na Bíblia é a oração do profeta Jonas, que mesmo confinado no estomago de um grande peixe e nas profundezas do mar abissal, clamou pelo Senhor:
                                          "Em minha aflição, invoquei o Senhor, e ele ouviu-me. Do meio da morada dos mortos, clamei a vós, e ouvistes minha voz." 
                                         Jonas, 2 - Bíblia Católica Online

     Com absoluta certeza João era um homem de muita oração e muito embora se encontrasse naquele lugar chamado de MORTAL. Um lugar por isso mesmo esquecido de todos. Até ali o senhor se dignou a ouvir o clamor de seu servo e a enviar um de seus mensageiros celestes. Simultaneamente o investindo de uma grande responsabilidade.

     A propósito do objetivo com que o livro foi composto, a eleição do apóstolo para tão grande responsabilidade mostra o cuidado do Senhor para com os mais avançados em idade e subverte a cada momento aquela ideia utilitarista que descarta com tamanha propriedade a importância que os idosos possuem e devem ter tanto na transmissão de seus conhecimentos quanto em suas experiências de vida.

     A maneira e o foco como olhamos para o Apocalipse precisa ser repensada. Não se pode apenas olhar esta obra como uma obra de revelação das últimas coisas. Ele deve ser olhado também como um testemunho de vida de alguém que foi uma testemunha fiel do princípio do evangelho. Que teve a experiência da convivência com o Senhor Jesus. E tudo isso será importante para o que primeiramente a ele será revelado. As nossas experiências são fundamentais no momento em que o Senhor tem uma revelação especial a nos fazer. Pensemos e reflitamos nisto. Que nos abençoe. Amém!

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