No caminho de Damasco



   


      Foleando o meu novo testamento grego, nesta semana, me deparei com esta narrativa do livro de Atos, onde o apóstolo Paulo fala sobre o que foi a sua experiência de encontro com Cristo na estrada, ou caminho de Damasco. E como gosto, sempre que posso, de estabelecer alguns paralelos sobre o que a narrativa apresenta e o que ela ainda nos permite relacionar quanto a materialidade do testemunho nela exposto, e comparar com o que de relevante está para nós nesses dias de modernidade ou pós modernidade, em pleno século XXI. A primeira coisa que podemos fazer e sem muito esforço, é nos certificar que Damasco é uma das cidades mais antigas habitadas continuadamente no mundo. É a capital do moderno estado da República Árabe da Síria. Este país apesar de ter uma maioria muçulmana, nele ainda subsiste um remanescente tanto de cristãos quanto de judeus.


      Mas como fiz referência ao Novo Testamento, preciso também especificar de que texto estou me valendo. E tanto para os entendidos quanto menos entendidos em narrativas bíblicas, crítica textual, ou mesmo a manuscritologia, nada disso, a rigor nos interessa aqui. O texto que utilizo para esta reflexão é o TR(Textus Receptus - Texto Recebido) do livro de Atos dos Apóstolos capítulo 22:1-30. Nele, o apóstolo depois de preso em Jerusalém, passa a narrar a partir do verso 6-16, o que foi a sua experiência de encontro com Cristo na estrada de Damasco. E o que provocou a mudança radical de sua vida. Entretanto, como o povo está agitado e ávido por um linchamento público. O apóstolo, ao fazer uso da palavra em sua defesa, começa o seu discurso em idioma hebraico. A sua estratégia deu resultado de imediato, pois a multidão ao perceber a sua versatilidade linguística se acalma e passa a ouvi-lo com mais atenção.


      É claro que, por força do hábito e de expressão, afirmei que a multidão alvoroçada se acalma ao ouvir o discurso que o apóstolo faz em sua defesa na língua dos rabinos(Hebraico). A plebe mesmo, não entendia absolutamente nada. Logo, quem se encarrega de acalmar o povo são os mesmos que estavam incitando as pessoas para que o apóstolo fosse executado. Ao se analisar o ambiente desta narrativa, precisamos levar em consideração que o acesso à informação nesta época era restrito a uma elite religiosa. E que até hoje eles têm a custódia dos rolos da Lei os quais são escritos e preservados em hebraico antigo. Uma questão que pode ser levantada, é de como deve ter sido a reprodução deste discurso de Paulo em hebraico antigo para o grego de falar comum(Koiné) do NT? Se é que ele realmente fez  o discurso em hebraico, ou apenas se utilizou de uma frase de enfeito em hebraico, para logo depois retomar sua fala na língua de todos.


      E aí entram em ação questões  de natureza redacional, tais como as fontes elencadas e buscadas que visavam dar ao texto a forma final que hoje possuímos. Jamais esquecendo alguns outros questionamentos secundários que neste intervalo de preservação e reprodução do texto e suas fontes, o que lhe teria acontecido, quando sob a supervisão de algum copista? E, que tipo de acréscimo ele tenha feito com o propósito de melhorar a redação? Evidentemente que questões desta natureza não são resolvidas de uma hora para outra e muito menos de forma automática. Elas demandam tempo, dedicação, planejamento e um investimento muito substancial de fundos. Algo que foge, em muito, de nossa realidade. Por conta disso, cabe-nos levantar estas questões que são passíveis e patentes. Já que o que se tenta discutir aqui, parte tão somente de uma leitura do texto sob análise.



Rua Direita em Damasco
      Porém, uma coisa muito mais confiável, dada a sua materialidade histórica, e que procede do texto que efetivamente narra o episódio, complementando este discurso de Paulo. Pois o capítulo 22 é tão somente a reprodução do evento através de uma oratória. Mas no capítulo 9 deste mesmo livro, há o relato deste evento. E ali acontece um diálogo místico somente entre Paulo e o Senhor Jesus. E a recomendação que o Senhor Jesus lhe faz para que procure em Damasco na Rua chamada Direita um certo homem chamado Ananias. Esta Rua Direita está ali em Damasco até os dias de hoje. Certa vez ouvi  de um arqueólogo que falava a cerca da cidade de Roma. Ele dizia que Roma é um museu a céu aberto. Pois para onde se olha existe um monumento arquitetônico cheio de história e significados. O mesmo se pode dizer desta rua localizada na parte velha da cidade de Damasco e que está lá até os dias de hoje.


      O encontro místico a que me refiro no parágrafo anterior diz respeito ao tipo de diálogo nada convencional que Paulo manteve com o Senhor Jesus. Ele se caracteriza tipicamente como uma análise e enquadramento sob o aspecto e pressuposição naturalista. Não ocorre, portanto conforme às leis naturais ou físicas e está carregado de subjetivismo. A narrativa de sua experiência de conversão aponta para uma radical transformação em todos os sentidos na vida deste apóstolo. Essa constatação se evidencia pela alusão que faz ao seu passado de israelita zeloso e educado conforme a tradição de seu povo e aos pés de um dos maiores rabinos de sua época. Paulo apresenta este evento de natureza espiritual, existencial e interior que causa uma reviravolta em sua vida, a partir do encontro com Cristo, como justificativa de sua mudança na abordagem hermenêutica que, após este acontecimento no caminho de Damasco, faz da Lei. Mas que não invalida a sua relação com o Judaísmo e a tradição dos seus antepassados.


       Quando ele faz menção de ter sido envolvido com uma luz vinda do alto e que aqueles que com ele estavam foram testemunhas, não da luz mas de que falava com alguém(Atos 9:7), ele também faz deste evento que é sua experiência espiritual, uma analogia com as THEOPHANIAS do AT que geralmente marcam o fim de uma época e início de uma nova era ou etapa na vida de uma pessoa ou grupos que estejam envolvidos. Foi assim com Jacó no Val do Jaboque, foi assim com Moisés no Sinai e foi assim também com Elias no Monte Horebe. No caso de Paulo e seu literal envolvimento com a luz, o que num primeiro momento ele experimenta é a impossibilidade de ver e, de certa maneira, é o que provoca uma mudança de direcionamento em seu olhar que passa a ser mais introjectivo. Pode ser que seu apego a Lei tenha feito dele um sujeito duro e intransigente na aplicação do que a Lei previa quanto aos que dela se desviassem. Mas acho que ele jamais produziria e com extrema sensibilidade um texto de extrema beleza e requinte como I Coríntios 13 se permanecesse tão somente um judaísta zeloso.


       Essa mudança está em seu testemunho a cerca de como, após retornar a Jerusalém, seriam suas atitudes pós conversão ao CAMINHO. O verso 17 fala de um arrebatamento enquanto orava. Neste momento ele recebe ordens expressas de sair de Jerusalém pois procuravam tirar-lhe a vida. Ele ainda pondera que não havia justificativa para que se fizesse isso contra ele depois de tudo que fizera em nome de sua fé e dedicação à Lei. Ainda afirma que a morte de Estevão foi executada por homens sob seu comando(Verso 20). Mas a ordem era expressa e fazia parte do plano do Senhor em levar a sua palavra até os gentios de longe. Após isto houve uma irritação geral dos que ali se faziam presentes e já não há mais como contê-los, O ato de rasgar as vestes muito comum no oriente como sinal de tristeza e angústia. Nesta situação, transformou-se visivelmente em um ódio exacerbado contra Paulo, por aqueles que ali se encontravam.


       A relação de Paulo com o Judaísmo e com suas tradições religiosas e culturais era tão abnegada e zelosa que ele faz menção da forma como, em alguns momentos violenta, perseguiu o que ele chama de "CAMINHO". Tanto o sumo sacerdote como o conselho dos anciãos são testemunhas disso(Versos 4 e 5). Com isso se pode alegar que o judaísmo nunca foi condescendente  com movimentos sectários em seu interior. Principalmente o judaísmo dos rabinos de Jerusalém. O que conhecemos como cristianismo hoje tem seu surgimento no judaísmo do primeiro século que paulatinamente no transcurso da história foi se institucionalizando, em decorrência da atitude purista das autoridades religiosas em Jerusalém. Até que historicamente adquire status de religião. Até então e a época desta narrativa do livro de Atos o que se tem são seguidores do dito CAMINHO, porém, são judeus, que tiveram o judaísmo como sua religião, em sua grande maioria.


     Bom isso é o que Paulo usa em seu argumento de defesa. Mas os seus interlocutores não estão nem um pouco interessados em seus argumentos. Já se prevê uma espécie de queima de arquivo ou faxina ideológica e religiosa. A mesma de que se viu vítima o próprio Cristo e com a parceria e conivência de autoridades romanas. Comparar o que aconteceu ao próprio Cristo com o que estava para acontecer com Paulo pode demandar por parte algumas pessoas excessivamente religiosas algum tipo de restrição a esta comparação. Mas, querendo ou não o processo caminhava a passos largos nesta direção. E começa com um complô armado(Atos 21:27-29), onde ele literalmente é acusado de subverter os ensinamentos da Lei, bem como de profanar o Templo ao introduzir impuros em seu interior(Uma referência a Tito que o acompanhava e era de origem grega). As alegações dos algozes do Senhor Jesus têm uma relação similar com o que estava acontecendo ao apóstolo Paulo. Eles, por exemplo, acusam Paulo de profanar o Templo; no caso de Jesus ele é acusado de proferir um sacrilégio dizendo que derrubaria o templo e em três dia o reergueria(Mc. 14:58).



Açoite - Chicote com várias tiras pesadas de coro e com duas
 pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas.
      Falamos no parágrafo anterior de uma coisa que aqueles caras não queriam, que era absolver Paulo das acusações que lhe faziam. Também fizemos menção da conivência das autoridades romanas ali presentes. O que se verá a seguir é o tribuno ordenando que se confinasse o apóstolo na fortaleza e que usasse dos métodos de tortura. O verso 24 é claro ao falar da prática do açoite como forma de interrogatório, semelhante ao que fizeram com o Senhor Jesus. O destino de Paulo teria sido o mesmo de Jesus, a não ser por um detalhe que fez toda a diferença. Ele era um cidadão romano(Verso 25).


      Algumas semanas atrás um frei dominicano brasileiro, mais conhecido como frei Beto, foi interpelado sobre seu envolvimento de religioso com questões políticas no Brasil e ele respondeu que o seu mestre(Jesus) foi um prisioneiro político e que foi violentamente torturado nas masmorras romanas. Era esta também a sorte que estava reservada a Paulo. Mas diante de tal revelação ao centurião romano, houve um recuo. Decididamente e desde sempre, a Lei não vale para todos. E também pode se constatar que sempre houve do ponto de vista das análises dos tecidos sociais em qualquer tempo, cidadãos de primeira, segunda e terceira categoria. Então Paulo alega que na sua condição de cidadão romano ele deveria ter primeiro um julgamento justo e aí sim, depois de condenado, caso fosse, caberia um tratamento com açoites.


      Alguns textos são muito maleáveis quanto a tradução deste trecho, principalmente no verso 24. Os romanos já estavam preparados para  um interrogatório violento e que segundo ordem expressa do tribuno era para se tirar a verdade do interrogado no porque que as autoridades religiosas em Jerusalém queriam tanto a sua morte(Verso 25). A outra alegação de que se compra privilégios de cidadão com grandes somas de dinheiro é outra verdade. Pois, tomando conhecimento o tribuno de que Paulo era realmente  um cidadão romano, ele confidencia ao apóstolo que conseguiu tal privilégio a custa de muito dinheiro(Verso 28). 


      A alegação do apóstolo quanto a sua cidadania ser de nascimento, pode ser deduzida de sua herança paterna. Já que conforme sua afirmação de que foi educado aos pés de Gamaliel(Atos 22:3). E Gamaliel é um rabino de Jerusalém, cidade onde Paulo passou boa parte de sua vida. Pois ele se declara fariseu(Filipenses 3:5) e não consta a presença de fariseus fora do contexto palestiniano. Mas sendo ele de Tarso, provavelmente era de uma família abastada na diáspora e o pai ou comprou a cidadania ou foi agraciado com ela por causa de bons serviços prestados ao império. Por isso a alegação de ser cidadão romano de nascimento, uma herança paterna.


     Foi no caminho de Damasco que Paulo com a autoridade que possuía e indo  na direção desta grande e importante cidade, pretendia trazer preso os seguidores do CAMINHO do qual ele era perseguidor. Mas ele jamais imaginou que nesta viagem sua vida se transformaria de tal forma que de perseguidor ele se tornaria perseguido. E o caminho a que faz menção se tornaria no que ele chama de igreja de Cristo. Foi o zelo pela Lei que o fez perseguidor do CAMINHO, por ele agora chamada de igreja(Filipenses 3:6). O caminho já não é mais aquele grupo de seguidores de Cristo no judaísmo, mas a igreja numa amplitude e caráter universal. E Paulo foi o instrumento divino para construção dessa ponte de que a mensagem e os ensinamentos do Cristo não se restringiam em sua aplicação a apenas uma região e a um grupo de religiosos. Era  o cumprimento de uma ordenança: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando -as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;" 






1.ανδρες αδελφοι και πατερες ακουσατε μου της προς υμας νυν απολογιας
2.ακουσαντες δε οτι τη εβραιδι διαλεκτω προσεφωνει αυτοις μαλλον παρεσχον ησυχιαν και φησιν
3.εγω μεν ειμι ανηρ ιουδαιος γεγεννημενος εν ταρσω της κιλικιας ανατεθραμμενος δε εν τη πολει ταυτη παρα τους ποδας γαμαλιηλ πεπαιδευμενος κατα ακριβειαν του πατρωου νομου ζηλωτης υπαρχων του θεου καθως παντες υμεις εστε σημερον
4.ος ταυτην την οδον εδιωξα αχρι θανατου δεσμευων και παραδιδους εις φυλακας ανδρας τε και γυναικας
5.ως και ο αρχιερευς μαρτυρει μοι και παν το πρεσβυτεριον παρ ων και επιστολας δεξαμενος προς τους αδελφους εις δαμασκον επορευομην αξων και τους εκεισε οντας δεδεμενους εις ιερουσαλημ ινα τιμωρηθωσιν
6.εγενετο δε μοι πορευομενω και εγγιζοντι τη δαμασκω περι μεσημβριαν εξαιφνης εκ του ουρανου περιαστραψαι φως ικανον περι εμε
7.επεσον τε εις το εδαφος και ηκουσα φωνης λεγουσης μοι σαουλ σαουλ τι με διωκεις
8.εγω δε απεκριθην τις ει κυριε ειπεν τε προς με εγω ειμι ιησους ο ναζωραιος ον συ διωκεις
9.οι δε συν εμοι οντες το μεν φως εθεασαντο και εμφοβοι εγενοντο την δε φωνην ουκ ηκουσαν του λαλουντος μοι
10.ειπον δε τι ποιησω κυριε ο δε κυριος ειπεν προς με αναστας πορευου εις δαμασκον κακει σοι λαληθησεται περι παντων ων τετακται σοι ποιησαι
11.ως δε ουκ ενεβλεπον απο της δοξης του φωτος εκεινου χειραγωγουμενος υπο των συνοντων μοι ηλθον εις δαμασκον
12.ανανιας δε τις ανηρ ευσεβης κατα τον νομον μαρτυρουμενος υπο παντων των κατοικουντων ιουδαιων
13.ελθων προς με και επιστας ειπεν μοι σαουλ αδελφε αναβλεψον καγω αυτη τη ωρα ανεβλεψα εις αυτον
14.ο δε ειπεν ο θεος των πατερων ημων προεχειρισατο σε γνωναι το θελημα αυτου και ιδειν τον δικαιον και ακουσαι φωνην εκ του στοματος αυτου
15.οτι εση μαρτυς αυτω προς παντας ανθρωπους ων εωρακας και ηκουσας
16.και νυν τι μελλεις αναστας βαπτισαι και απολουσαι τας αμαρτιας σου επικαλεσαμενος το ονομα του κυριου
17.εγενετο δε μοι υποστρεψαντι εις ιερουσαλημ και προσευχομενου μου εν τω ιερω γενεσθαι με εν εκστασει
18.και ιδειν αυτον λεγοντα μοι σπευσον και εξελθε εν ταχει εξ ιερουσαλημ διοτι ου παραδεξονται σου την μαρτυριαν περι εμου
19.καγω ειπον κυριε αυτοι επιστανται οτι εγω ημην φυλακιζων και δερων κατα τας συναγωγας τους πιστευοντας επι σε
20.και οτε εξεχειτο το αιμα στεφανου του μαρτυρος σου και αυτος ημην εφεστως και συνευδοκων τη αναιρεσει αυτου και φυλασσων τα ιματια των αναιρουντων αυτον
21.και ειπεν προς με πορευου οτι εγω εις εθνη μακραν εξαποστελω σε
22.ηκουον δε αυτου αχρι τουτου του λογου και επηραν την φωνην αυτων λεγοντες αιρε απο της γης τον τοιουτον ου γαρ καθηκον αυτον ζην
23.κραυγαζοντων δε αυτων και ριπτουντων τα ιματια και κονιορτον βαλλοντων εις τον αερα
24.εκελευσεν αυτον ο χιλιαρχος αγεσθαι εις την παρεμβολην ειπων μαστιξιν ανεταζεσθαι αυτον ινα επιγνω δι ην αιτιαν ουτως επεφωνουν αυτω
25.ως δε {VAR1: προετεινεν } {VAR2: προετειναν } αυτον τοις ιμασιν ειπεν προς τον εστωτα εκατονταρχον ο παυλος ει ανθρωπον ρωμαιον και ακατακριτον εξεστιν υμιν μαστιζειν
26.ακουσας δε ο εκατονταρχος προσελθων απηγγειλεν τω χιλιαρχω λεγων ορα τι μελλεις ποιειν ο γαρ ανθρωπος ουτος ρωμαιος εστιν
27.προσελθων δε ο χιλιαρχος ειπεν αυτω λεγε μοι ει συ ρωμαιος ει ο δε εφη ναι
28.απεκριθη τε ο χιλιαρχος εγω πολλου κεφαλαιου την πολιτειαν ταυτην εκτησαμην ο δε παυλος εφη εγω δε και γεγεννημαι
29.ευθεως ουν απεστησαν απ αυτου οι μελλοντες αυτον ανεταζειν και ο χιλιαρχος δε εφοβηθη επιγνους οτι ρωμαιος εστιν και οτι ην αυτον δεδεκως
30.τη δε επαυριον βουλομενος γνωναι το ασφαλες το τι κατηγορειται παρα των ιουδαιων ελυσεν αυτον απο των δεσμων και εκελευσεν ελθειν τους αρχιερεις και ολον το συνεδριον αυτων και καταγαγων τον παυλον εστησεν εις αυτους


   













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