Texto - Romanos 9:30 - 10:21

Tema - A verdadeira causa da rejeição

ICT - Para Paulo a lei tal como foi fixada(Compêndio de regras explícitas e escritas) por Moisés impede o entendimento de uma revelação progressiva.

Objetivo geral - Levar a congregação ao entendimento de que não existe compreensão possível da lei sem a obra de Cristo. O que ele fez por nós. (Obs.: Geralmente os compêndios de teologia estão direcionados a descrever a pessoa de Cristo, sua natureza e seu ser.)

Objetivo específico - Levar a congregação ao entendimento de que não há justificação sem a confissão do nome de Cristo.

Proposição - A falta de fé em Cristo é a verdadeira causa da rejeição quando o assunto são os judeus adeptos do judaísmo.





INTRODUÇÃO


     Está claro que o tipo de rejeição aqui colocada para apreciação neste capítulo, em especial, diz respeito ao tipo de relação do ponto de vista hermenêutico que o judaísmo tem para com a OBRA DE CRISTO. Eu quero, não sem propósito, enfatizar que o que se discute no conjunto do Novo Testamento é, afinal de contas, o que Cristo fez ao morrer na cruz e as consequências desta morte para a humanidade, de um modo geral, desde uma perspectiva histórica específica. E que, neste caso, envolve a participação e contribuição de uma hermenêutica judaica ao tipo de hermenêutica complementar da qual se vale o apóstolo Paulo e que convenientemente será chamada de hermenêutica cristã.

     Todavia, a partir de uma hermenêutica para este tempo. E tempo aqui tem uma relação direta com o caráter do homem moderno, muito mais influenciado pelo subjetivismo, pelas suas experiências pessoais, bem como religiosas. Não existe razão para se discutir o caráter da obra de Cristo. Assim como, não existe também razão para se buscar conhecer as justificativas e desdobramentos do que esta obra tem a falar a este homem moderno. A consequência de tudo isto é a construção de uma hermenêutica marcada por aspectos de natureza litúrgica acrescida de contornos artísticos. 

     Todavia, também não se pode olvidar a específica referência à hermenêutica judaica(Rabínica), em que sentido esta hermenêutica tem sua importância para nós? Ela significa o ponto de encontro entre uma cultura religiosa típica e específica de um povo, já milenar nesta época(Ao tempo das viagens missionárias de Paulo), radicado na Palestina. Uma região assim denominada devido ao poder hegemônico de um império(Romano) que por razões estratégicas e de geopolítica até lá chegou. É fato, que a inserção deste nosso personagem a quem chamamos de Cristo está diretamente relacionada com este contexto histórico, ora resumido: 


Crucifixus etiam pro nobis:

Sub Pontio Pilato,
Passus et sepultus est.
Et resurrexit tertia die,

Secundum Scripturas.



    A citação do credo apostólico acima, teve como intenção a forma como observa e encaminha a percepção religiosa e revelacional do evento Cristo. A consequente indicação de que a morte do nosso personagem ocorre sob a jurisdição do poder romano. Assim como o cumprimento da pena por crucifixão era uma prerrogativa e prática romana reservada a malfeitores e inimigos do império. E quanto a isto do ponto de vista histórico não existe a mínima possibilidade quanto ao questionamento de sua historicidade.

     Esse é o tipo de análise comparativa de que o apóstolo Paulo faz uso. Tal como foi colocado aqui nestas palavras introdutórias. A comparação entre uma hermenêutica de procedência rabínica e a leitura que estes mestres fazem da lei mosaica quanto a forma do homem se justificar diante de Deus. E o novo entendimento a cerca do mesmo princípio legal. Tendo, como já foi dito antes, o adendo do que foi a obra de Cristo e suas reais consequências para o processo também de justificação do homem diante de Deus.

     Se olharmos os 4 versos finais do capítulo 9, e, que precedem ao capítulo 10, o foco central desta palavra. Percebe-se o tom comparativo de um mesmo objetivo quando o assunto é a justificação do homem diante de Deus. E por que um povo tido como gentio, em outras palavras excluído da eleição divina, alcança sua justificação diante de Deus em conformidade com o ato soberano divino. E, o outro povo(Israel), herdeiro de tal promessa não alcança esta mesma justificação.

  Estes versos finais do capítulo 9, apresentam uma análise descritiva de duas situações considerando o aspecto distintivo em sua natureza étnica. De um lado, está o povo de Israel que do ponto de vista escriturístico se identifica com a promessa divina. De outro lado, estão os gentios, ou povos sem maiores especificações étnicas que de acordo com o verso 30 do capítulo 9, alcançaram a justiça(viver justo, retidão, etc.) sem que a estivessem buscando. Paulo afirma que tanto a justiça quanto a justificação acontece para os gentios de uma hora para outra devido a um ato de fé.

     Este é o fator que pesou favoravelmente aos gentios para que alcançassem a justiça. Já que Paulo enfatiza que foi através da fé. Diferentemente, conforme Paulo afirma, do que aconteceu com Israel que buscou desde sempre a lei da justiça e, que segundo o apóstolo nenhum problema com relação a isto, uma vez que o fato de não lograrem êxito no que buscavam não deve ser imputado como ineficácia da lei. Porém, por buscarem justificação de suas vidas na lei da justiça sem o ingrediente necessário e insubstituível, a fé.

     Na brevíssima exposição do conteúdo da epístola de Paulo aos Romanos, o autor _ (KUMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Edições Paulinas, 1982. p. 398) coloca num mesmo bloco os 4 versos finais do capítulo 9, e que já foram mencionados aqui, e todo o capítulo 10, como que fazendo parte de uma mesma perícope. E afirma que o trecho em questão, do ponto de vista de sua síntese, trata do pecado do homem como a causa da rejeição. Neste caso, e, num primeiro momento, a rejeição especificamente relacionada a Israel por conta do seu extremo zelo para com a lei.

     A questão de grande embate entre Paulo e os judaístas, ou judeus convertidos era o forte apelo que eles ainda nutriam pela lei na sua forma escrita. Além de acharem que a lei não deveria ser abolida quanto a observância de seus aspectos descritivos e prescritivos. De certa forma, e pela evidência expressa de tão apego a lei, não há como o apóstolo se referir a Israel resumindo o seu estágio atual a uma letargia. E tudo isto, por conta de um excessivo apego à lei mosaica.

     A forma com que Paulo trata esta situação tendo como contraponto a tudo que prega, é esse apego e zelo de Israel à lei. Nem por isso, ele deixa de manifestar sua relação afetiva para com Israel. Pois fala do ardente desejo em seu coração e de sua oração para que Israel se salve. Ainda assim, ele é capaz de admitir que existe sim uma falta de sintonia entre o que ele prega e o que de fato Israel enquanto expressão de fé vivencia. Fundamentalmente, o equívoco está na forma como Paulo e Israel abordam uma mesma situação. As bases são as mesmas. 

     Paulo insinua uma falta de conhecimento oriunda desse zelo extremado. Entretanto, não se pode imaginar que ao atribuir falta de conhecimento de Israel tenha como objetivo algum tipo de ofensa. E aí não custa absolutamente nada, pensar e refletir sobre a estrutura morfológica do termo em questão: EPIGNOSIS, é um conhecimento em que o termo GNOSIS vem precedido de uma preposição EPI de caráter diretivo. Digamos que seja um conhecimento que não se circunscreve ao meramente formal, neste caso a lei. Daí a afirmação do apóstolo de que Israel não trata a lei com entendimento ao nutrir um zelo excessivo à formalidade da letra(II Coríntios 3:6).

     É perceptível que a forma como Paulo fala da justiça divina neste capítulo tem uma relação direta com o também agir soberano de Deus. E foi justamente a falta de conhecimento o motivo pelo qual Israel estabelece sua própria justiça. Ela foi estabelecida como uma espécie de monumento e à revelia do agir divino. O verso 3 dá muito bem a ideia do que, a partir de um determinado momento na situação histórica de Israel, aconteceu como falta de sintonia entre o que é propriamente o agir de Deus e o que era entendido como agir de Deus.  

     A simples referência do apóstolo a Moisés estabelece o caráter restritivo e pouco abrangente da lei principalmente quando a mesma se refere ao processo de justificação do homem diante de Deus. Em poucas palavras, é a forma da letra, seu caráter prescritivo e a consequente fidelidade no cumprimento do que se prescreve a razão de tal justificação. Por isso mesmo, Paulo em tom categórico afirma que o fim da lei cuja autoria é atribuída a Moisés, é Cristo.

     Toda a dinâmica de expectativa que a lei nutria em Israel no tocante à sua redenção. E que, neste caso, corresponde a aspectos rudimentares do próprio processo e caracterização da obra de redenção já operada por Cristo se evidencia como um beco sem saída caso a lei tal como a considera Israel seja um fim em si mesma. Ter este tipo de expectativa e não considerar Cristo significa estar preso a forma da lei e da letra. 

     Essa dinâmica nutrida e seguida pelos adeptos da lei, indica a expectativa redentora deles pelos preceitos legais e mosaicos. Ela não é capaz de reconhecer que através da obra de Cristo, este processo já se dá por concluído. E, que agora, como resultado deste fato relatado, o efeito é confessional e declaratório. Fazendo com que a ênfase recaia sobre a oralidade: "Porque o fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê" (V. 4).

   Paulo faz deliberadamente o deslocamento do eixo paradigmático que é a escrita para o plano da expressão e este representado pela oralidade. Isto é, o testemunho oral e em público da redenção que por meio da fé em Cristo se opera na vida de todo aquele que crê e confessa a Jesus. Todo aquele que crê não será confundido ou envergonhado. Ele fala daquilo que é uma realidade em seu coração. Por isso, o evangelho para Paulo nesta epístola é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. E isto independe de etnia ou da prevalência de uma sobre a outra(Não há diferença entre judeu e grego, verso 12).

     O próprio ministério de Paulo e a forma como ele tomou vulto através de suas viagens missionárias é o testemunho de que ele, Paulo, enquanto judeu, passou por este processo de acomodação e entendimento de que é fundamental a anunciação do nome de Cristo para que a mensagem do evangelho alcance todos os cantos do mundo. O apóstolo tem consciência de que firmado nos preceitos de imposição de práticas legalistas próprias do judaísmo, o projeto de expansão da pregação do evangelho torna-se obsoleto e sem sentido.

     Ainda assim e por meio do ato soberano de Deus em colocar judeus e gentios em situação equiparada. O plano de expansão do evangelho depende da adesão de ambos a genuína fé em Cristo. Já que todos todos conforme Romanos 11:32 foram colocados em um mesmo patamar quando o assunto é pecado(Desobediência). Para Paulo, é fundamental que os judeus oriundos do judaísmo legalista e que tiveram um encontro pessoal com Cristo, se desapeguem dos ritos e princípios da fé judaica. Para que não interfiram diretamente na proclamação do evangelho. 

     A sentença máxima colocada por Paulo a partir de agora, é que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus. Já foi mencionado a mudança do eixo paradigmático da palavra enquanto escrita para o plano da expressão, ou seja, da palavra enquanto pregação e testemunho vivo do quanto Deus fez em nossas vidas operando a redenção, por meio da revelação de sua graça e misericórdia. Nesta situação até mesmo o conceito de palavra de Deus que antes tinha aquela aura de se restringir a forma escrita. Agora, o mesmo se amplia e também se enquadra no plano da expressão pelo ato de pregar. (Predicatio verbi dei est verbum dei).

     E para encerrar esta parte, vale a pena lembrar que o que tem norteado este texto, é a possibilidade de que a pregação da palavra de Deus é passível de ser rejeitada. No caso específico dos judeus, a problemática gira em torno de não se abrir mão de preceitos legais que, pelos mesmos, são reputados como passíveis de pena, caso não mais sejam observados. Tornando-se assim indesculpáveis diante de Deus. Todavia, num segundo momento, a rejeição também acontece para aqueles que rejeitam a palavra pregada e esta direcionada aos gentios. 

    A revelação da misericórdia de Deus por meio de Cristo aos gentios, não invalida o aspecto punitivo de transgressão da lei. O inimigo tanto de judeus quanto de gentios é o pecado. E a lei pode ser comparada como uma terapia de combate a esta doença como se fosse uma medicina preventiva. Ela não erradica o mal. Apenas o combate, mas sabe que ele está sempre à espreita. A cura total ou erradicação do mal(Pecado) acontece por meio da fé depositada em Cristo:
 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.


I - É a capacidade do homem por instrumentalidade da lei criar um simulacro de justificação.(V.V. 1-4)

     Algo que é próprio da natureza humana, é o que nós chamamos de cultura. No texto em questão, não existe qualquer tipo de intenção em se construir um tratado de cultura. Até porque sabemos da complexidade e abrangência deste termo. E não existe a mínima possibilidade de se devagar sobre este tema, pelo menos neste espaço reservado à explanação da palavra de Deus. Por outro lado, quando se tem um mínimo de conhecimento de como a lei mosaica é dada ao povo hebreu. Percebe-se que sua natureza é revelacional.

     O que a tradição veterotestamentária nos indica é que existe um aspecto monolítico entre o que é a expressão formal e escrita da lei e a conduta daquele que se dizia seu seguidor. Isto está bastante claro em passagens específicas do Antigo Testamento tais como: Deuteronômio 6:1-9; salmos 119:1-13. Com isso, é passível de dedução a cerca do conceito de antropologia do antigo testamento onde o homem é um ser integral(FOHRER, Georg. História da Religião de Israel. São Paulo, Ed. Paulinas, 1982. p. 262). A própria revelação divina por meio do princípio legal mostra uma exigência divina de total submissão.

     Qualquer tipo de intercorrência que destoasse deste princípio legal era tratada como falta grave. E seria passível até mesmo de pena de morte por apedrejamento como era o caso do adultério: Levítico 20:10 e Deuteronômio 22:22. Porém, ao que tudo indica, essas intercorrências eram muito mais comuns do que se possa imaginar. E como resultado prático do ponto de vista das relações e contextos sociais, surgem aqueles que haverão de suceder moisés na atribuição de legisladores ou intérpretes da lei. 

     Essa nova categoria de legisladores ou intérpretes da lei, já se constitui numa excrecência do que, num primeiro momento, esteve sob a tutela de uma única classe, a sacerdotal. Pois, e a título de exemplo, o fato relatado no evangelho de João a cerca da mulher apanhada no próprio ato de adultério revela a parcialidade no trato do princípio legal com relação àqueles que eventualmente eram passíveis de punição(João 8:3). Se a tal mulher fora apanhada no ato de adultério, onde estaria o seu parceiro que também seria passível de apedrejamento?

     O fato do apóstolo fazer referência ao zelo extremado pela lei denota a falta de entendimento. E falta de entendimento ocasiona algum tipo de distorção. E essa distorção, não deve ser configurada como ignorância. Pois a ignorância aqui não tem conotação de falta de consciência. Aqueles, entre os judeus, que se apegaram a lei de tal maneira excessiva, estão cientes do que fazem ao interpretá-la da forma mais consciente, conivente e casuísta. Fica claro que não é a forma da lei ou sua representação escrita, o elemento gerador de uma vida justa e que por isso mesmo é capaz de justificar aquele que a observa.

     O máximo que essa relação do judeu com a forma escrita da lei foi capaz de fazer, foi um simulacro de situações reproduzidas a despeito do princípio legal e regulador que é produto da experiência concreta e direta do povo com Deus(Jehová). Se o judeu não for capaz de entender tal situação. Dificilmente ele poderá entender que na tradição cristã mediada pelo CRISTO se configura como um conjunto de experiências concretas e pessoais com aquele personagem que foi castigado, torturado e morto na cruz. Este fato é inclusive o elemento norteador na pregação de Paulo(Encontro com Cristo no caminho de Damasco).  

       

II - O máximo que a lei foi capaz fazer era prover a possibilidade de vinda de um redentor, sem jamais identificá-lo historicamente.(V.V. 5-9).

     Percebe-se na hermenêutica do princípio legal e mosaico visitado por Paulo neste trecho do capítulo 10, a existência de um salto qualitativo desde uma perspectiva que leve em consideração a questão temporal. Ou, como alguns teólogos de linha mais existencialista em sua forma de dialogação com a cultura afirmam: evidentemente com a alusão ao HIC ET NUNC como forma de representação do momento atual como resultado da atuação de Cristo em sua obra por nossa redenção.

     O consenso entre Paulo e os judeus é de que o princípio legal seja observado em sua integralidade, o homem que o observa está sim justificado. E justificação aqui é alcançar vida plena(Viverá por elas). Entretanto, muito embora a lei seja santa, e o mandamento santo, justo e bom(Romanos 7:12), pois têm sua origem em Deus e por Ele são revelados. Ainda assim eles permanecem como uma advertência quanto ao pecado e não são suficientes para a erradicação deste mal moral da vida do homem.

     Pensando dessa maneira, o propósito da lei foi de preparar o homem judeu que sempre perseverou na observância do princípio legal e no cumprimento dos mandamentos, conduzindo-o ao entendimento de que somente assim a obra de Cristo tem validade. O que ele fez por nós na cruz é que efetivamente nos justifica do pecado. Do ponto de vista dessa ótica cristã e paulina, o princípio legal, formal e escrito dá conta da condução dessa dimensão histórica e nos conduz de forma interpretativa ao consenso de que o evento Cristo é algo de extrema e fundamental importância em nossa redenção e consequente justificação.

     Este entendimento não é conclusão de alguém com uma mentalidade gentílica. Este é o entendimento de Paulo(Filipenses 3:5). Nenhum cristão oriundo do mundo gentílico teria condições de oferecer as contribuições que Paulo enquanto judeu e transformado pela graça de Cristo, quando estava no caminho de Damasco, nos legou quanto ao entendimento de que somos justificados pela fé sem as obras da lei(Romanos 3:20,28; 4:2 - Gálatas 3:11).

     É evidente que o que subjaz a esses acontecimentos tão bem retratados pelo apóstolo é o agir soberano de Deus. A soberania divina se revela pela forma com que Deus foi capaz de demonstrar a necessidade de ambos os povos, judeus e gentios de se tornarem um pela fé em Cristo. Todavia, o elemento que os une independentemente das condições de cada um deles é a natureza do pecado, e o choque de uma realidade nada agradável, presente em ambos. Historicamente a lei foi dada a um povo escolhido por Deus como um remédio paliativo e com prazo de validade. Pois, o único capaz de curar a doença chamada de pecado é Cristo.

     Logo, a lei não apenas apontou a necessidade de um redentor. Uma vez que ela tem sua origem em Deus. Ela fez parte do plano de Deus enquanto processo histórico da chegada de fato do redentor. Este identificado pela presença e obra de Cristo. Ela foi a nossa pedagoga tendo como resultado final o encontro com Cristo(Gálatas 3:24-25). A redenção ou resgate de nossas vidas é ato soberano divino e operado por Cristo. 

     Repetindo mais uma vez as palavras de Paulo no verso 4 deste texto de Romanos 10, de que o fim da lei é Cristo. Talvez seja a resistência dos judeus não necessariamente na identificação deste redentor como sendo o Cristo. Já que se dizem cristãos, mas no fato de questionarem a eficácia de uma justificação dos pecados pela fé em Cristo e isto independente das obras da lei. Rejeição aqui, e, do ponto de vista de uma hermenêutica judaica, tem a ver com uma regra formal e escrita que vale para todos. E não é necessariamente isto que Paulo trata. Ele trata sim da condição do homem sob o pecado e de como Deus tratou disto ao longo dos tempos até o advento de Cristo.

     
III - A relação com Deus não mais se restringe apenas à mera tradição escriturística.(V.V. 10-15)

     A princípio, cabe um esclarecimento a cerca da forma como devemos tratar a escritura. Isto significa que ela não perdeu a sua força, o testemunho de que possui e muito menos o seu caráter de fiel mantenedora dos princípios de uma vida justa e eticamente saudável. Paulo, inclusive, fala de como deve ser o nosso comportamento após sermos alcançados pela graça de Cristo: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?" Paulo neste capítulo faz menção da eficácia do ato salvífico de Cristo na cruz. Pois foi capaz de anular de vez o efeito danoso do pecado.

     A palavra de Deus enquanto registro escriturístico tem forte apelo histórico e demarcador de como aqueles que precederam tanto a judeus quanto a gentios nesta caminhada de fé. Eles tinham sempre a nítida consciência de que Deus estava com eles mesmo que estivessem em meio às provações. Ela enquanto registro ressalta as atitudes destes servos de Deus, bem como seus altos e baixos, suas virtudes e vícios, etc. Entretanto, uma dessas virtudes deve ser sempre rememorada: É o caráter proativo desses servos de Deus ao que este mesmo Deus lhes propunha. 

     Mesmo na tradição veterotestamentária, são inúmeros os testemunhos dos servos do Senhor. E que Paulo ressalta em seu relato como atos de fé. A condição para se manifestar a fé em Deus, ao contrário do que se tem no senso comum. Sempre foi uma constante até mesmo no período da antiga dispensação. Não somente pelos exemplos que se multiplicaram durante este período. Basta que apreciemos a relação estabelecida pela epístola aos Hebreus, em seu capítulo 11 que trata dos heróis da fé. Como também pela forma com que este aspecto revelacional de Deus a seu povo, bem como a seus servos proporciona algum tipo de reviravolta no interior de cada um deles.

     Por outro lado, é importante salientar como cada um dos servos de Deus, a partir do momento que são impactados com algum tipo de revelação divina, a sua expressão de fé também é acionada. E ser impactado internamente tem uma relação direta com o coração e consequentemente com o tipo de expressividade confessional, o ato de falar(V. 10). Essa é uma primeira justificativa para a afirmação de que a relação com Deus não está e não pode ser restrita a uma mera tradição escriturística, principalmente em seus aspectos mais impositivos e legalistas.

     A ênfase paulina nesta expressão de fé mostra com bastante propriedade a forma livre com que Deus deseja estabelecer o seu relacionamento com os seus servos nesta nova dispensação. Entretanto, Ele não abre mão dessa forma forma expressiva e livre de testemunhar da fé. A riqueza de Paulo para se referir a Deus tem uma relação direta com a forma que agora se vê em cada crente quando eles são convidados a revelarem as maravilhas que Deus tem operado em suas vidas. E para tanto, sem que haja qualquer tipo de prerrogativa ou prevalência de um ou outro povo. Pois, não há judeu nem grego já que Deus tem manifestado sua graça para com todos, desde os mesmos o invoquem com sinceridade e singeleza de coração.

     Mesmo porque não existe a mínima possibilidade de que sejam confundidos ou envergonhados. Existe a certeza de que o Senhor é quem está sendo invocado e não há confusão quanto a isso. Pelas razões que já foram discutidas aqui. Pois, o Deus de que o apóstolo tem tratado tem uma relação direta com a tradição escriturística do Antigo Testamento e sua relação também é direta com o evento Cristo que Paulo também dá testemunho por experiência própria. O tom desse parágrafo, talvez seja melhor explicado por aquela passagem de João 4:22, no diálogo do Senhor com  a samaritana: "Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus."

     Por isso, tanto judeus quanto gregos, ou gentios, de um modo geral, ao invocarem o nome do Senhor sabem especificamente a quem estão invocando. Ao mesmo tempo que estão conscientes de que fazem tal coisa pela mediação de Cristo. De uma forma típica da herança luterana legada por Lutero, foi consagrada a expressão WAS CHRISTUM TREIBET, onde Cristo é a chave de leitura de toda a teologia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento em sua forma escriturística.



IV - A dificuldade em discernir o que é palavra de Deus, quando a mesma se dá de forma audível(V.V. 16-21).

     Falamos aqui, num primeiro momento, que a rejeição estava relacionada ao apego dos judeus à lei em sua forma escrita. Foi feita uma referência ao tipo de hermenêutica a que estava atrelada a fé judaica em comparação ao entendimento de uma nova hermenêutica de caráter complementar e esta representada pela forma com que Paulo agora faz uma leitura do princípio legal presente na lei judaica formal e escrita.

     Mas, também existe a rejeição que com muito mais peculiaridade acontece entre os gentios. É aquela rejeição que com base no próprio evangelho e este enquanto palavra pregada. Paulo nos oferece em I Tessalonicenses 2:13 os motivos pelos quais os gentios, desde uma perspectiva de recebimento da pregação da palavra, também ficam indesculpáveis diante de Deus caso não recebam a pregação da palavra como palavra de Deus.

     De certa forma, os gentios, neste caso, representados pelos gregos. Reagem em conformidade com o pensamento grego quando impactados pela pregação da palavra com ar de espanto. Esse ar de espanto ao ser resinificado por Paulo traduz-se na atitude daqueles que fazendo uso do pensamento filosófico grego já consagrado, entendendo ser uma total falta de sanidade(Loucura)esta mesma pregação de Paulo.

     É evidente que, embora haja uma tentativa de exposição com base nas experiências de cada povo ou etnia aqui representado. Ao mesmo tempo em que se percebe a forma como Paulo lidando com diferentes entendimentos ou perspectivas quanto ao recebimento de sua pregação. O apóstolo tem consciência de que a pregação do evangelho acontece de forma eficaz quando a mesma vem acompanhada de muitas manifestações de poder(I Coríntios 2:4).

     O evangelho, desde o início desta epístola, é para Paulo o poder de Deus. Ele não está posto para ser submetido a qualquer tipo de elucubrações tal como é o pensamento grego. O evangelho é a forma inteligente, soberana e viva pelo qual Deus em Cristo Jesus manifesta o seu poder aos homens de todas as épocas, culturas e povos. E a forma utilizada é a pregação audível de sua palavra que transforma a vida de todo aquele que é capaz de discernir nestas mesmas palavras o poder de Deus.




Conclusão


     Algo que fica muito patente ao se entrar em contato com os textos de Paulo em suas epístolas, é a forma com que ele estabelece uma relação dialógica com a cultura dos povos. Além de ser um judeu na acepção da palavra e que durante boa parte de sua vida era zeloso para com a lei e a tradição de seus antepassados. O apóstolo teve uma boa formação e entrada no mundo gentílico. Acho que não cabe aqui e, neste momento, fazer um relato histórico de suas origens.

     A construção de seus argumentos tendo como parâmetro uma analogia sucinta, porém, eficaz no tocante a tradição de seu povo e a forma como a partir dessa tradição lida com a questão dos gentios que também se encontra muito presente em sua formação cultural e religiosa. Porém, nada disso é de relevância para sua pregação. O que move o apóstolo é o entendimento que passou ter a partir de um encontro pessoal com Cristo. E toda a manifestação de poder que o seguiu a partir deste encontro.

     Sua consciência de pecado e de buscar sempre ser uma pessoa irrepreensível diante de Deus vem de sua relação extremamente zelosa para com a lei mosaica. Mas, será efetivamente o encontro com Cristo que fará com que sua relação com lei, bem como, com o seu povo e suas tradições seja essencialmente transformada e como resultado desta transformação. O que se verá é um incremento nas viagens missionárias  e uma maior incursão no mundo de formação gentílica.

     Repetindo o que Paulo afirma que é pela lei que se chega ao conhecimento do pecado(Romanos 3:20; 7:7), e que, muito embora os gentios não tivessem a lei, de modo nenhum eles estariam isentos de um juízo divino pelas suas práticas pecaminosas(Romanos 1:18-32). Nisto, pode-se concluir que as práticas pecaminosas extrapolam o princípio legal e por este princípio, o pecado não pode ser controlado ou, muito menos, extirpado do homem.

     Ou seja, depois deste arrazoado entre Paulo e as questões legais que envolviam judeus e gentios. O que se deduz é que o problema tanto entre judeus quanto entre gentios é o pecado. Muito embora, e, do ponto de vista de uma teologia e pedagogia judaica(Deuteronômio 6:4), Deus tenha tido um cuidado especial para com seu povo Israel. Isso não significa que Israel tenha tido qualquer tipo de privilegiamento quando o assunto é sua salvação. O próprio Paulo no primeiro verso deste capítulo 10, fala de seu ardente desejo e oração no sentido de que Israel ainda seja salvo.

     A principal característica do pecado é o entrave que cria no relacionamento do homem para com Deus. No Gênesis esse entrave foi causado por um ato de desobediência e a consequente penalidade estabelecida em relação a este ato que era a morte(Gênesis 3:3). O que fica patente ao nos depararmos com o texto de Gênesis 3 é o fato de que Deus criara o homem para que vivesse em íntima comunhão com Ele. Logo, a carência do homem é sua principal virtude. Mas, ao que parece o homem não quis dar continuidade a esta relação de dependência para com Deus.

     E o resultado, em função deste pseudo grito de independência para com Deus foi a desobediência. É o pecado que desencadeia todo tipo de animosidade na relação do homem com Deus. Já que foi a partir do pecado, ou até mesmo ante dele propriamente dito, que o homem conservou dentro de si o desejo de se tornar semelhante, digo, igual a Deus. Achando que se alcançasse tal êxito não seria mais dependente do altíssimo. Em tese, tal aventura seria exitosa, não fosse o preço que teve que pagar com tamanha falta.

     O que o pecado aliado a genialidade humana proporciona é uma gama de simulacros infindáveis que dão uma falsa percepção de que o homem tem domínio sobre tudo tal qual seu criador. Paulo, ainda com referência ao verso 3 deste capítulo 10 de Romanos ao se referir à hermenêutica judaica a cerca da verdadeira lei divina. Quando estes mestres simularam uma lei pra si mesmos denominando-a como divina e com apenas um objetivo ao criar tal simulação, não se sujeitar à lei divina verdadeira.

     A rigor, estes são os desdobramentos daqueles que estão envolvidos e tomados pelo pecado. E o remédio ou antídoto para se restaurar uma relação real para com Deus é eleger Cristo como nosso mediador neste novo relacionamento para com Deus. Na epístola de I Coríntios, o apóstolo chama esse novo relacionamento de pacto da nova aliança(I Coríntios 11:25). O pecado é a verdadeira causa da rejeição. Essa rejeição tem mão dupla. Pois, Deus não aceita o homem mergulhado em seu pecado. O homem, por sua vez, rejeita a Deus por não querer abrir mão de uma vida de pecado. Mas, a solução veio do alto. Do trono da graça, e está em Cristo Jesus. Amém!!!

     

     













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Ἀδελφοί, ἡ μὲν εὐδοκία τῆς ἐμῆς καρδίας καὶ ἡ δέησις ἡ πρὸς τὸν θεὸν ὑπὲρ τοῦ Ἰσραήλ ἐστιν εἰς σωτηρίαν. 2Μαρτυρῶ γὰρ αὐτοῖς ὅτι ζῆλον θεοῦ ἔχουσιν, ἀλλ’ οὐ κατ’ ἐπίγνωσιν. 3Ἀγνοοῦντες γὰρ τὴν τοῦ θεοῦ δικαιοσύνην, καὶ τὴν ἰδίαν δικαιοσύνην ζητοῦντες στῆσαι, τῇ δικαιοσύνῃ τοῦ θεοῦ οὐχ ὑπετάγησαν.4Tέλος γὰρ νόμου χριστὸς εἰς δικαιοσύνην παντὶ τῷ πιστεύοντι. 5Μωϋσῆς γὰρ γράφει τὴν δικαιοσύνην τὴν ἐκ τοῦ νόμου, ὅτι ὁ ποιήσας αὐτὰ ἄνθρωπος ζήσεται ἐν αὐτοῖς. 6Ἡ δὲ ἐκ πίστεως δικαιοσύνη οὕτως λέγει, Μὴ εἴπῃς ἐν τῇ καρδίᾳ σου, Tίς ἀναβήσεται εἰς τὸν οὐρανόν;― τοῦτ’ ἔστιν χριστὸν καταγαγεῖν― 7ἤ, Tίς καταβήσεται εἰς τὴν ἄβυσσον;― τοῦτ’ ἔστιν χριστὸν ἐκ νεκρῶν ἀναγαγεῖν. 8Ἀλλὰ τί λέγει; Ἐγγύς σου τὸ ῥῆμά ἐστιν, ἐν τῷ στόματί σου καὶ ἐν τῇ καρδίᾳ σου· τοῦτ’ ἔστιν τὸ ῥῆμα τῆς πίστεως ὃ κηρύσσομεν· 9ὅτι ἐὰν ὁμολογήσῃς ἐν τῷ στόματί σου κύριον Ἰησοῦν, καὶ πιστεύσῃς ἐν τῇ καρδίᾳ σου ὅτι ὁ θεὸς αὐτὸν ἤγειρεν ἐκ νεκρῶν, σωθήσῃ· 10καρδίᾳ γὰρ πιστεύεται εἰς δικαιοσύνην, στόματι δὲ ὁμολογεῖται εἰς σωτηρίαν. 11Λέγει γὰρ ἡ γραφή, Πᾶς ὁ πιστεύων ἐπ’ αὐτῷ οὐ καταισχυνθήσεται. 12Οὐ γάρ ἐστιν διαστολὴ Ἰουδαίου τε καὶ Ἕλληνος· ὁ γὰρ αὐτὸς κύριος πάντων, πλουτῶν εἰς πάντας τοὺς ἐπικαλουμένους αὐτόν. 13Πᾶς γὰρ ὃς ἂν ἐπικαλέσηται τὸ ὄνομα κυρίου σωθήσεται. 14Πῶς οὖν ἐπικαλέσονται εἰς ὃν οὐκ ἐπίστευσαν; Πῶς δὲ πιστεύσουσιν οὗ οὐκ ἤκουσαν; Πῶς δὲ ἀκούσουσιν χωρὶς κηρύσσοντος; 15Πῶς δὲ κηρύξουσιν ἐὰν μὴ ἀποσταλῶσιν; Καθὼς γέγραπται, Ὡς ὡραῖοι οἱ πόδες τῶν εὐαγγελιζομένων εἰρήνην, τῶν εὐαγγελιζομένων τὰ ἀγαθά.
16Ἀλλ’ οὐ πάντες ὑπήκουσαν τῷ εὐαγγελίῳ. Ἠσαΐας γὰρ λέγει, Κύριε, τίς ἐπίστευσεν τῇ ἀκοῇ ἡμῶν; 17Ἄρα ἡ πίστις ἐξ ἀκοῆς, ἡ δὲ ἀκοὴ διὰ ῥήματος θεοῦ. 18Ἀλλὰ λέγω, μὴ οὐκ ἤκουσαν; Μενοῦνγε· Εἰς πᾶσαν τὴν γῆν ἐξῆλθεν ὁ φθόγγος αὐτῶν, καὶ εἰς τὰ πέρατα τῆς οἰκουμένης τὰ ῥήματα αὐτῶν. 19Ἀλλὰ λέγω, μὴ οὐκ ἔγνω Ἰσραήλ; Πρῶτος Μωϋσῆς λέγει, Ἐγὼ παραζηλώσω ὑμᾶς ἐπ’ οὐκ ἔθνει, ἐπὶ ἔθνει ἀσυνέτῳ παροργιῶ ὑμᾶς. 20Ἠσαΐας δὲ ἀποτολμᾷ καὶ λέγει, Εὑρέθην τοῖς ἐμὲ μὴ ζητοῦσιν, ἐμφανὴς ἐγενόμην τοῖς ἐμὲ μὴ ἐπερωτῶσιν.21Πρὸς δὲ τὸν Ἰσραὴλ λέγει, Ὅλην τὴν ἡμέραν ἐξεπέτασα τὰς χεῖράς μου πρὸς λαὸν ἀπειθοῦντα καὶ ἀντιλέγοντα.

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The Word Brings Salvation
Μωϋσῆς γὰρ γράφει ὅτι τὴν δικαιοσύνην τὴν ἐκ ‹τοῦ› νόμου [ὅτι]  ποιήσας [αὐτὰ]ἄνθρωπος ζήσεται ἐν αὐτῇ  δὲ ἐκ πίστεως δικαιοσύνη οὕτως λέγει Μὴ εἴπῃς ἐν τῇκαρδίᾳ σου Τίς ἀναβήσεται εἰς τὸν οὐρανόν τοῦτ’ ἔστιν Χριστὸν καταγαγεῖν  Τίςκαταβήσεται εἰς τὴν ἄβυσσον τοῦτ’ ἔστιν Χριστὸν ἐκ νεκρῶν ἀναγαγεῖν Ἀλλὰ τίλέγει Ἐγγύς σου τὸ ῥῆμά ἐστιν ἐν τῷ στόματί σου καὶ ἐν τῇ καρδίᾳ σου τοῦτ’ ἔστιν τὸῥῆμα τῆς πίστεως  κηρύσσομεν ὅτι ἐὰν ὁμολογήσῃς (τὸ ῥῆμα) ἐν τῷ στόματί σου(ὅτι) Κύριον Ἰησοῦν καὶ πιστεύσῃς ἐν τῇ καρδίᾳ σου ὅτι  Θεὸς αὐτὸν ἤγειρεν ἐκνεκρῶν σωθήσῃ 10 καρδίᾳ γὰρ πιστεύεται εἰς δικαιοσύνην στόματι δὲ ὁμολογεῖται εἰςσωτηρίαν 11 Λέγει γὰρ  γραφή Πᾶς  πιστεύων ἐπ’ αὐτῷ οὐ καταισχυνθήσεται 12 οὐγάρ ἐστιν διαστολὴ Ἰουδαίου τε καὶ Ἕλληνος  γὰρ αὐτὸς Κύριος πάντων πλουτῶνεἰς πάντας τοὺς ἐπικαλουμένους αὐτόν 13 Πᾶς γὰρ ὃς ἂν ἐπικαλέσηται τὸ ὄνομαΚυρίου σωθήσεται

     

     

     

     

     

     

     

     

  

Fiquem com a fé!!!

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