Uma leitura exegetica e um pequeno comentário em Gálatas 3:1.

 Galatas 3:1. Ω ἀνόητοι Γαλάται, τίς ὑμᾶς ἐβάσκανεν, οἷς κατ' ὀφθαλμοὺς Ἰησοῦς Χριστὸς προεγράφη ἐσταυρωμένος;

Ω (Ō): Isso é uma interjeição grega usada para expressar surpresa, indignação ou choque. Em tradução livre, poderia ser equivalente a "Ó!".

ἀνόητοι (anoētoi): Isso significa "insensatos", "tolos" ou "desprovidos de entendimento". Paulo começa o versículo chamando os Gálatas de "insensatos" por causa de sua conduta.

Γαλάται (Galatai): Isso se refere aos destinatários da carta, os Gálatas, ou seja, os habitantes da região da Galácia.

τίς (tis): Isso significa "quem". Indica uma pergunta direta.

ὑμᾶς (humas): Isso significa "vocês". Refere-se aos Gálatas.

ἐβάσκανεν (ebaskanen): Esta é uma forma verbal do aoristo, que indica uma ação pontual no passado. Significa "enfeitiçou" ou "iludiu". Paulo está questionando quem iludiu os Gálatas.

οἷς (hois): Isso significa "a quem" ou "aos quais". Refere-se aos Gálatas.

κατ' (kat'): Significa "de acordo com" ou "conforme". Indica a maneira como algo é feito.

ὀφθαλμοὺς (ophthalmous): Isso significa "olhos". Refere-se aos olhos dos Gálatas, ou seja, à sua percepção ou entendimento.

Ἰησοῦς (Iēsous): Isso se refere a "Jesus", o nome do Cristo.

Χριστὸς (Christos): Isso significa "Cristo" e é um título messiânico para Jesus.

προεγράφη (proegraphē): Esta é uma forma verbal do aoristo passivo, que indica uma ação concluída no passado, no modo passivo. Significa "foi prefigurado" ou "foi claramente retratado". Refere-se à maneira como Jesus Cristo foi apresentado ou proclamado aos Gálatas.

ἐσταυρωμένος (estaurōmenos): Esta é uma forma verbal do particípio aoristo passivo, que indica uma ação concluída no passado, no modo passivo. Significa "foi crucificado". Refere-se à morte de Jesus na cruz.

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Quando você se depara com um texto desse e uma exegese significativa, detalhista. A impressão que se tem é que Paulo caiu numa armadilha montada por ele mesmo.


Evidentemente que ele endereça uma carta como esta a um grupo de pessoas. Uma comunidade de crentes da região da Galácia. E a fama dos habitantes dessa região, historicamente não era muito boa.


Há documentos antigos que mostram que eles eram signatários de acordos, mas nunca cumpriam o que assinavam. Há, inclusive, um registro do próprio Júlio César reclamando desse comportamento dos Gálatas.


Entretanto, quando fiz menção de Paulo estar caindo na própria armadilha. Diz respeito àquela passagem de II Coríntios 3:6. Ali ele afirma que a letra mata. Rapidamente, é preciso entender que na teologia de Paulo tudo se resume à escritura.


O seu grande zelo quanto a pregação do evangelho tem como parâmetro o cumprimento da escritura em Cristo Jesus(I Coríntios 15:3 E 4). A maneira miraculosa e pessoal com que ele descreve seu encontro com Cristo na estrada de Damasco fica em segundo plano na relação que ele tem com a escritura.


Estava tentando conferir com algumas versões desse texto de Gálatas 3:1. Alguns deles, inclusive a Bíblia de Jerusalém, fazem, a meu ver, uma tradução do termo PROEGRAFĒ, que nada mais é do que um eufemismo. No sentido de limpar a barra de Paulo.


Vi nessas versões aludidas no parágrafo acima e que tratam da tradução do termo PROEGRAFĒ, expressões como: Evidenciado, representado, exposto. A própria Bíblia de Jerusalém também referenciada acima, se vale da expressão dizendo que diante dos olhos dos Gálatas a imagem de Jesus crucificado foi DESENHADA.


Esta mesma escritura que traz consigo todo esse colorido de valor intrínseco do apóstolo, parece não ser capaz, do ponto de vista de sua relação com os Gálatas, de aproximar esses mesmos Gálatas das verdades reveladas por este Cristo crucificado e ressurreto ao terceiro dia.


A forma como essas versões se apresentam elimina todo e qualquer fundo histórico que perpassa a mensagem da cruz. A própria exegese em questão desse texto sinaliza que uma das peculiaridades desse texto ao se referir a PROEGRAFĒ como estando flexionado no Aoristo, faz referência a um passado que pelos seus desdobramentos no tempo tem repercussões ad infinitum. 








Primeira Parte: Há um rei na família.

 *Texto de I Samuel 16:1-23


*Há um rei na família, ou: Há um rei na família?


*ICT - A família de Jessé, para os parâmetros estabelecidos e o tipo de atividade agropastoril existente no médio oriente antigo, era uma família muito abençoada: "Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta." (Salmos 127:4,5)


Introdução 


O governo teocrático da nação israelita andava desacreditado. Isto se pode ver pelas palavras do próprio Deus a partir do momento quando as lideranças do povo passaram a discutir a necessidade de se implantar a monarquia. Deus pessoalmente diz a Samuel que havia uma clara rejeição a Ele como Senhor e rei em Israel(I Samuel 8-7). Israel estava passando por uma crise em sua liderança. A liderança de Samuel era questionada por causa de sua idade avançada e da corrupção de seus filhos(I Samuel 8:1-3) Esta situação e o convívio de Israel com os povos cananeus circunvizinhos que eram governados por seus reis acabou gerando a estranha percepção de que um monarca poderia resolver o tipo de impasse em que Israel se encontrava naquele momento. Esse conjunto de coisas estava influenciando as principais lideranças do povo a que também tivessem um rei.


Foi a partir deste conjunto de coisas, ou impasse, tal como foi descrito resumidamente no parágrafo anterior que resultou na unção de Saul como o primeiro rei de Israel. As lideranças do povo, o Conselho de anciãos, não estavam satisfeitas da forma como as coisas estavam sendo conduzidas em Israel. A liderança de Samuel esteve, durante este período, sob duro ataque. O motivo era a corrupção protagonizada pelos dois filhos de Samuel. A solução encontrada por esses líderes, foi a implantação da monarquia tal como os povos que ainda subsistiam naquela região desde o advento dos hebreus liderados por Moisés, e introduzidos naquela terra sob a liderança de Josué.


Parece que, repetidamente na história, vislumbramos aquela situação muito recorrente em nossos dias de que tudo que tem na casa do vizinho é melhor do que o que temos. Não que não devamos fazer algum tipo de ajuizamento de nossas condutas ao avaliarmos as condutas alheias. Esta não deve ser, em hipótese alguma, a regra a ser seguida. Por outro lado, o tipo de postura adotado pelas lideranças do povo, mesmo à revelia da vontade de Deus é bastante pedagógica. Quando nos dispomos a aprender com tamanha desenvoltura e agilidade ao olharmos para o que está ao redor de nós. E observamos o que reputamos como sinais positivos, ao mesmo tempo em que deixamos de considerar o peso do que se apresenta de igual modo como sinais negativos. Dificilmente aprendemos com os erros dos outros quando não miramos também, para efeito de ajuizamento, nos exemplos negativos daqueles que observamos. 


É neste contexto de esfera tanto religiosa quanto política e social, e o que desencadeou a partir dos mesmos que o servo e profeta do Senhor, Samuel, se dirige à casa de Jessé, o Belemita. Ele se dirige com uma única missão dada por Deus. Ele deveria ungir o novo rei de Israel. Aqui não há uma eleição referendada por meio de um escrutínio universal, o qual chamamos de voto. O que há aqui é uma unção do ponto de vista de uma ação soberana de Deus. A primeira unção, teve uma pressão por parte da liderança do povo. Porém, ela somente aconteceu porque o Senhor assim permitiu. Em Saul aconteceu que sua entronização como monarca estabeleceria que a partir dele se instaurou em Israel uma dinastia. Essa dinastia começa e termina nele, Saul. E, claro, pelas razões que sabemos e que estão expostas no livro de I de Samuel.


Foi por causa da insatisfação divina com Saul, que Deus envia Daniel à casa de Jessé, o Belemita, com a missão de ungir um novo monarca para seu povo. Daniel, neste ínterim, se cercou de todos os cuidados para que sua ida a casa de Jessé não se constituísse num sinal de alerta a Saul de tal maneira que usasse de seu prestígio e poder para fazer com que os planos de Deus não acontecessem. Daniel pode ir a casa de Jessé em Belém fazer o que tinha que fazer, já que também era líder religioso da nação de Israel. Ao mesmo tempo que cumpria com a determinação divina de encontrar entre os filhos de Jessé um novo rei para Israel. Vejam só o que estou falando aqui, o profeta foi à família de Jessé para ungir um novo rei para Israel. Já que o primeiro rei, Saul, o Senhor já havia reprovado. Esta reprovação de Saul enquanto monarca vinda da parte de Deus é automática e instantânea. Para tanto, bastava que o profeta ungisse um novo rei. Porém, a deposição do monarca não será instantânea e automática.  


Alguns ensinamentos e conclusões podemos tirar da narrativa deste evento. Nem sempre, ou melhor, quase sempre a vontade do povo e de suas lideranças não  coincide com a vontade de Deus. Se a eleição de Saul foi algo que passou por aquilo que chamamos de vontade de Deus(Permissiva). O reinado de Saul gerou tanta, mas tanta insatisfação por parte de Deus, que Ele não apenas mandou seu servo ungir um novo rei. Ele também altera no rumo da história de Israel qual dinastia de casa real seria a protagonista desta história. Outro fato interessante é que ainda, e, na raiz ou tronco familiar, está a base de tudo, inclusive para a formação do nosso caráter. Eu quero chamar a atenção de você nesta noite para o fato de que Deus nunca nos olha sob a base de tratados e convenções éticas e morais. Ele olha e tem cuidado de nós lá no início da nossa formação. E onde somos forjados, senão no ambiente e contexto familiar?




I - Há um rei na família.


Primeiro de tudo é preciso entender, e temos que tomar esta precaução quando afirmamos da existência de um rei no seio da família de Jessé, o Belemita. E fazemos isso no texto básico para esta reflexão. Logo, a afirmação é procedente e o que me dá esta segurança é a missão dada por Deus a Samuel. Se Deus envia Samuel àquela família dizendo para o profeta ungir um novo rei para Israel, é sinal de que havia um rei naquela família. Já falamos do descontentamento da parte de Deus para com Saul e seu reinado. E que a paciência de Deus para com Saul chegou a seu limite. Tudo isto serve como um grande alento para todos nós. Ainda mais num tempo como o de hoje em que muitos oportunistas se infiltram no rebanho do Senhor se dizendo defensores da família. Eu sou casado há 32 anos, e minha esposa fala sempre da mãe dela, minha sogra, que orientava as filhas a não olharem apenas para o exterior das pessoas, ou dos pretendentes. Mas que olhassem também para as suas famílias. A raiz de onde o varão ou varoa estava saindo.


É bem verdade que ao fazermos tal Afirmação não desejamos fazer qualquer tipo de comparação entre a família de Saul e a família do novo rei que está para ser ungido pelo profeta Samuel. Entretanto, não custa nada ressaltar o que a própria narrativa deixa bem claro, é que Saul se destacava pelo seu bom porte físico. Ele se destacava no meio da multidão por causa da sua estatura(I Samuel 9:1-2). Ou seja, a narrativa estava bastante entusiasmada com o tipo de aparência que o primeiro rei de Israel exibia. Já o processo de  escolha do próximo rei de Israel, neste caso, aquele que está entre os filhos de Jessé, não ocorrerá tendo como critério altamente decisivo a vontade dos líderes dos anciãos do povo. E sim, aquele que o próprio Deus escolher. E que não possui como elemento e aspecto definidor tanto a aparência do escolhido, ou quem sabe, a boa vontade da liderança do povo.


Novamente retomo aqui ao elemento comparativo entre o tronco familiar para a eleição de Saul e o tronco familiar para a eleição de Davi, os dois primeiros monarcas respectivamente em Israel. E já começo dizendo que o fundamental em todo este processo de escolha é a vontade soberana de Deus. Todavia, não dá para omitir que o fato de que toda e qualquer família possui seus problemas internos. Algumas com maior ou menor intensidade, porém todas elas têm seus problemas. Mas, se olharmos os últimos versos do capítulo anterior, o número 15. Vemos por um lado o sentimento de dó por parte de Samuel para com Saul e de outro lado, Deus já não tendo mais paciência para com a insubordinação e desobediência do Rei Saul. E foi tanto a a situação que envolvia o sentimento de dó que Samuel nutria por Saul, assim como a paciência divina que fará com que o Senhor ordene ao profeta a unção de um novo para Israel dentre os filhos de Jessé, o Belemita. A ideia que esse texto passa é de que para Samuel, o rei Saul ainda não era um caso perdido. Talvez por isso a narrativa faça menção deste sentimento que o profeta ainda tinha pelo monarca.


Samuel então, vendo a necessidade e imposição da vontade de Deus de se ungir um novo rei. E questiona ao Senhor de como poderia fazer para que a ordenança divina fosse cumprida e que não chegasse ao conhecimento do Rei Saul a informação de que um novo rei em Israel tinha sido ungido. Uma vez que o profeta temia por sua própria vida. É quando Deus lhe dá algumas orientações. E algumas delas estão muito claras . Primeiro de tudo, sua missão é estritamente de caráter religioso, e, consequentemente, desprovida de caráter político. Percebe-se estes dois dados na forma como Deus o orienta: Toma uma bezerra das vacas em tuas mãos, e dize: Vim para sacrificar ao Senhor.(1 Samuel 16:2). Bem como na reação dos anciãos de Belém à chegada do profeta: "Fez, pois, Samuel o que dissera o Senhor, e veio a Belém; então os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda? ⁵ E disse ele: É de paz, vim sacrificar ao Senhor; santificai-vos, e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e a seus filhos, e os convidou ao sacrifício. (1 Samuel 16:4,5). A justificativa do profeta é no sentido de que ele viera sacrificar. Logo, aqueles anciãos deveriam ficar tranquilos quanto aos objetivos de sua permanência ali.


A missão de se sacrificar cabia especificamente aqueles para quem o Senhor havia designado. Este ofício estava reservado à tribo de Levi e a seus descendentes(Num 1:49; Josué 13:33). Entretanto, neste período de transição entre a chegada do povo à terra vindos do Egito, houve um processo um tanto quanto turbulento em Israel. Foi um período marcado por aquelas lideranças que surgiam em decorrência da necessidade de livramento do povo  ante as opressões impostas pelos povos circunvizinhos. Assim foi nos casos de Sansão, Jefté e outros. Foi o período marcado pelos governantes chamados de Juízes. Já com o profeta Samuel e por força, também das circunstâncias, tem se iniciado através da sua figura ímpar, um processo de unificação das tribos sob uma única liderança. Era natural que esta situação fosse provisória em função de que o profeta em algum momento teria que ser sucedido por outra liderança mais jovial. O problema se agravou já que o sucessor natural do profeta seria um de seus dois filhos. Porém, ambos, tal como afirma o texto já referenciado aqui, eram corruptos e não desfrutavam de prestígio entre as lideranças do povo e seu conselho de anciãos. Vale lembrar que um dos motivos cruciais para que Deus não tivesse mais paciência com Saul, foi o fato de que o rei constantemente desobedecia algum tipo de ordenança divina. Ele extrapola suas funções de monarca que estava restrita à liturgia do ofício político(I Samuel 15).


É fato que todos os eventos elencados neste texto servem a justificativa do porque Deus rejeitou a Saul como rei sobre seu povo. E o motivo por que estamos observando a narrativa do capítulo 16, é pelo fato de que o profeta Samuel está em missão dada por Deus para ungir um novo monarca em Israel. Não custa nada lembrar que a vinda do profeta a Belém causou certa estranheza à liderança daquela localidade. Todavia, nas palavras do profeta, ele veio sacrificar ao Senhor. Sua missão era estritamente religiosa. E mesmo que houvesse objetivos ainda não revelados, como a unção de um novo rei. Ainda assim, o que aconteceria posteriormente entre os filhos de Jessé, também seria um acontecimento no escopo do serviço religioso. O curioso, é  que o profeta ao se deparar com Eliabe, o primogênito de Jessé, já se empolgou achando que aquele seria o monarca de Israel. Novamente o profeta se deixando levar pela aparência. Mas, Deus o adverte dizendo que não se guiasse pelo que estava vendo. E assim ocorreu com os sete filhos de Jessé e o profeta recebendo uma negativa divina que não fora o escolhido. E foi assim até não haver mais filhos para serem apresentados ao profeta.


O que aconteceu então, Jessé não possuía mais filhos? O que o profeta, a mando do Senhor, foi fazer em sua casa no cumprimento de um mandamento divino, era de ungir entre os filhos desse patriarca um rei para Israel que o Senhor já havia provido. Samuel diante das seguintes negativas de Deus ante aos filhos de Jessé que iam sendo apresentados. O profeta então pergunta a Jessé se ele não tinha mais filhos? Foi quando Jessé disse que ainda tinha um que cuidava dos rebanhos. Este que cuidava do rebanho da família era o filho caçula. E cuidar do rebanho tenha sido a única função que lhe cabia na família. E, não era lá uma função honrosa a desempenhar. O pequeno Davi era então um pastor de ovelhas. Como tal, já devia ter passado por vários apuros, já que quando se cuida de rebanhos, corre-se sempre o risco de se deparar com alguns dos seus predadores naturais: Ursos, leões, lobos e tantos outros animais carnívoros. E Davi tinha era história para contar de como encarava esses predadores na defesa de suas ovelhas.


Para encerrar este tópico, é importante salientar como contraponto ao fato de que se Deus rejeitou a Saul, foi por que Ele amou a Davi. Aquela expressão: "Amei a Jacó e aborreci a Esaú", pode muito bem Ser utilizada aqui e sua aplicação é bastante factível. Da mesma forma como Esaú tratava com desleixo tudo acerca dos planos e promessas de Deus, Saul também e na qualidade de monarca jamais deu a atenção necessária no sentido de que as promessas e planos divinos para seu povo fossem executadas. Rejeitar a Saul aqui tem apenas o caráter de rejeição enquanto monarca. E pelo fato de não haver respeitado a função que lhe foi dada enquanto investidura divina para o exercício do cargo.


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Continua na segunda parte: Há um rei na família?









 


As duas ordenanças do Senhor Jesus.

 Texto: Mateus 28:19-20


"Sou submerso nas águas batismais para que ao vir à superfície, seja ressuscitado para uma nova vida."


Quando analisamos a declaração doutrinária da CBB, temos consciência do conteúdo semântico e secular da palavra batismo. Esse entendimento é fundamental pois, enquanto batistas afirmamos que se alguém foi batizado, é sinal de que foi literalmente submerso pelas águas batismais. Concluímos então que, o batizando ao ser batizado, dá sua pública profissão de fé em Jesus Cristo (Romanos 6:1-4). 



I - O batismo como mandamento ou ordenança de Cristo.


O batismo é a segunda ordenança(Mat. 28:19) do Senhor. A Ceia foi uma ordenança dada no contexto da Páscoa e antes do martírio do Senhor. Já o batismo é, pela sequência cronológica dos relatos dos evangelhos sinóticos, a segunda ordenança. E acontece após a ressurreição do Senhor Jesus. É a mais importante orientação dada pelo Senhor Jesus à igreja antes dele ser elevado aos céus. Este texto exibe um conteúdo de natureza trinitária. É importante assinalar que o oficiante do ato batismal conduz a celebração deixando claro que o batizando é batizado em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. 




II - O batismo como prática litúrgica da igreja.


O batismo se insere como mandamento do Senhor Jesus e como segunda ordenança. É uma ordenança que, de acordo com a cronologia dos eventos narrados, acontece quando o Senhor Jesus já havia sido ressuscitado dentre os mortos por Deus Pai(Mat. 28:16-17). Entretanto, embora entre na cronologia de sua instituição como segunda ordenança, a administração de sua prática litúrgica na vida do crente antecede a celebração da Ceia do Senhor. Por uma simples razão, participam da Ceia aqueles que foram integrados à igreja do Senhor. E existe apenas uma forma, ou ritual de iniciação adotado pela igreja do Senhor que é o Batismo.




III - O batismo como porta de entrada na igreja de Cristo.


"O batismo consiste na imersão do crente em água, após sua pública profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador único, suficiente e pessoal."(DDCBB, IX, Item 1). É o testemunho vivo e público do pecador arrependido(Atos 2:38). Elo de entrada do crente na comunhão dos santos(Igreja). É a profissão de fé da igreja no Deus Trino e Todo poderoso. Não há como desvincular a administração do batismo do crente da disciplina pedagógica que este mandamento do Senhor Jesus traz consigo: "Ide e fazei discípulos de todas as nações". Aceitar o Batismo é aderir à disciplina e mandamento do Senhor com o objetivo de guardar suas palavras e ensinamentos. E ainda acompanhado da promessa de que o Senhor Jesus estará com seus discípulos até a consumação dos séculos. 




Conclusão 



Batismo é a expressão maior de que cumprimos com o mandamento do Senhor Jesus de fazermos discípulos de todas as  nações . John Stott em seu livro o "Discípulo Radical", fala da etimologia da palavra DISCIPLINA. Viver como discípulo de Jesus é andar sob sua disciplina. O Batismo, desde os tempos primevos da igreja do Senhor, sempre foi caracterizado pela ideia de renúncia ao mundo e de adesão do discípulo ao serviço do Senhor e da igreja. É andar em novidade de vida. Há uma proposta metodológica de igreja que afirma que igreja que cresce é igreja que batiza. Porém, a igreja ao batizar cumpre apenas com o mandamento do Senhor. Pois quem dará este crescimento tanto numérico quanto qualitativo é o próprio Senhor da Igreja(Atos 2:47; I Cor. 3:6).



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Em sua opinião o que é Batismo biblicamente aceito pela igreja?



O seu batismo te deixou uma memória afetiva?




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Texto - Mateus 26:26-30


"Memória viva do sacrifício de Cristo. A Ceia é a celebração na qual a comunhão dos santos está fundada e fundamentada".




Introdução 


Que a "ceia do Senhor" é uma ordenança do Senhor Jesus, disso sabemos(I Coríntios 11:24 e 25). Que é uma celebração que apenas tem sentido se for celebrada no seio da congregação, ou igreja reunida, disso também sabemos. Entretanto, o que ela não pode, é ser confundida com a Páscoa judaica. Muito embora essa ordenança tenha surgido num contexto de celebração da Páscoa Judaica(Mt 26:17; Mc 14:12; Lc 22:8).

   




I - A Ceia do Senhor à luz dos relatos dos evangelhos sinóticos.


Como foi falado na introdução o relato da Ceia do Senhor é encontrado no contexto da celebração da Páscoa Judaica(Mat. 26:17). Porém, é muito importante lembrarmos que não devemos confundir uma coisa com a outra. Na Páscoa Judaica era comum ser consumido como iguaria principal um cordeiro. Quanto a isso, é sintomático entendermos que, muito embora, o Senhor Jesus, como um bom judeu que participa dessa refeição, faz uso do pão e do vinho como elementos simbólicos de sua prédica. Todos os três relatos dos evangelhos sinóticos estão conscientes da opção teológica que fazem por não enfatizarem a principal iguaria a ser consumida nesse momento de celebração da Páscoa Judaica, o cordeiro. Pois o cordeiro de Deus(João 1:29) estava ali naquela ocasião presidindo aquela celebração 




II - A Ceia do Senhor à luz do sentido metafórico de que se reveste o pão e o vinho.


Na Páscoa Judaica, que é uma refeição também carregada de simbolismo cívico e religioso. A memória da libertação da escravidão egípcia se preservava e se preserva até hoje pelo fato de que fazer uma refeição é uma necessidade diária. Por outro lado, o elemento cívico e religioso faz com que este tipo de celebração seja realizada de ano em ano. E, consequentemente, após sua maioridade, Jesus estava participando de sua terceira e última celebração da Páscoa. Qual seria então o contraponto entre a celebração da Páscoa Judaica e a Ceia do Senhor instituída por Jesus? O contraponto vem acompanhado do mandamento de que os cristãos ao comerem pão e beberem vinho devem se lembrar do martírio imposto ao corpo do Senhor Jesus, e o derramamento de seu sangue. Com isso a metáfora do pão e do vinho que representam corpo e sangue, estariam muito mais presentes em suas vidas. Já que são alimentos muito mais acessíveis a todos do que o cordeiro pascal(Atos 2:46). 




III - A Ceia do Senhor à luz da hermenêutica Batista. 


Para nós Batistas, a ceia do Senhor permanece como mandamento e ordenança até os dias de hoje. E nossa expectativa ao cumprirmos com este mandamento não é apenas de anunciar a sua volta. Também reafirmamos que estamos aguardando por ela. Os princípios básicos da liturgia Batista no tocante a celebração da ceia do Senhor diz respeito a ser um memorial. Neste ato celebramos a lembrança da morte de Cristo. Para tanto, o partir do pão e a ingestão de vinho são elementos que carregam consigo um forte simbolismo. É o que se pode ver em nossa declaração doutrinária, a celebração da ceia do Senhor é um memorial que deve ser celebrado somente quando a igreja se reúne. Logo, ela tem caráter congregacional. Assim como todos que participam dela devem fazer um exame de consciência(DDCBB, Artigo IX, itens 4, 5 e 6). Do ponto de vista de nossa relação institucional e Batista, é como recebemos o mandamento e ordenança do Senhor em Mateus 26:26-30.




Conclusão 


Participar da ceia do Senhor não confere a ninguém qualquer tipo de graça. Ela não é um canal de bênçãos. Ela deve ser entendida como um memorial que nos traz à lembrança a condição de pecador perdido antes de sermos alcançados pela graça de Cristo. Além do que cria em nós a ardente expectativa pela sua volta: "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que venha"(I Cor. 11:26). MARAN ATA, vem Jesus!

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Qual sua expectativa quando participa da ceia do Senhor em sua igreja?


A Ceia do Senhor continua te levando enquanto memória à cruz do calvário?















A promessa da volta.

 Texto - Apocalipse 22:18-21


May Be Added

18 Μαρτυρῶ ἐγὼ παντὶ τῷ ἀκούοντι τοὺς λόγους τῆς προφητείας τοῦ βιβλίου τούτου ἐάν τις ἐπιθῇ ἐπ’ αὐτά ἐπιθήσει Θεὸς ἐπ’ αὐτὸν τὰς πληγὰς τὰς γεγραμμένας ἐν τῷ βιβλίῳ τούτῳ 19 καὶ ἐάν τις ἀφέλῃ ἀπὸ τῶν λόγων τοῦ βιβλίου τῆς προφητείας ταύτης ἀφελεῖ Θεὸς τὸ μέρος αὐτοῦ ἀπὸ τοῦ ξύλου τῆς ζωῆς καὶ ἐκ τῆς πόλεως τῆς ἁγίας τῶν γεγραμμένων ἐν τῷ βιβλίῳ τούτῳ

20 Λέγει μαρτυρῶν ταῦτα Ναί ἔρχομαι ταχύ Ἀμήν ἔρχου Κύριε Ἰησοῦ

21 χάρις τοῦ Κυρίου Ἰησοῦ (Χριστοῦ) μετὰ πάντων ⧼ἁγίων Ἀμήν⧽

18Contestor enim omni audienti verba prophetiæ libri hujus : si quis apposuerit ad hæc, apponet Deus super illum plagas scriptas in libro isto. 19Et si quis diminuerit de verbis libri prophetiæ hujus, auferet Deus partem ejus de libro vitæ, et de civitate sancta, et de his quæ scripta sunt in libro isto :

20dicit qui testimonium perhibet istorum. Etiam venio cito : amen. Veni, Domine Jesu.

21Gratia Domini nostri Jesu Christi cum omnibus vobis. Amen



Tema - A promessa da volta de Cristo


Ideia central do texto - Podemos falar sim sobre a ideia central deste texto que se resume na promessa da volta iminente do Cristo combinada com a grande expectativa de sua igreja.


Objetivo geral - Levar a congregação ao real envolvimento e expectativa pela volta de Jesus.


Objetivo específico - Levar a congregação não apenas ao envolvimento, mas àquela certeza de que o retorno de Cristo para se encontrar com sua igreja é para amanhã. 


Tese - Ele cedo vêm e por esse motivo nos encontramos aqui reunidos. Pela expectativa da sua volta. Volta logo, Senhor Jesus.



Introdução 



Eu gosto muito do nome que uma certa igreja ostenta na fachada de seus templos. Muito embora, não dê pra dizer que a tal igreja seja de fato uma igreja evangélica e protestante. Mesmo assim, acho que posso afirmar que eles fizeram uma escolha de nome bastante significativa e que pode bem nos ajudar na reflexão que intentamos apresentar nesta manhã: "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias". É um nome ou título que tem a ver com o tipo de reflexão que precisamos fazer hoje. Esse gostar do nome fica por aqui apenas. Nada mais que isso. Por outro lado, a expectativa da volta de Cristo é um assunto que deve ser considerado por demais sério e controvertido, e que precisa ser melhor estudado em nossas igrejas. Uma vez que as igrejas não estão tão engajadas e solícitas por esta volta. Muito se tem pregado nos púlpitos das igrejas, mas pouco ou quase nada se fala ou prega acerca da prometida PAROUSIA de Cristo, prometida por ele mesmo.


Estou tentando criar através dos recursos de construção das imagens uma determinada cena: Imaginem que numa leitura de testamento, cumpridas todas as formalidades jurídicas para que o referido testamento seja validado conforme a lei, o testamento é fechado. Feito isso, prevalece a vontade do testador. Tudo isso então que já faz parte de um texto devidamente redigido que vai para registro em cartório. E é apenas depois do registro escriturístico que o texto é tornado público. O que podemos presenciar neste momento de acordo com o texto em análise, é que mais uma vez o Senhor torna público o seu retorno e espera que haja um grau máximo de comprometimento de sua igreja. A mesma deve manifestar sua ardente expectativa pela volta do Senhor Jesus.


Quando o Senhor voltar, todos os homens que não o aguardaram, sequer deram crédito à sua palavra de que no futuro voltaria para levar a sua igreja. Estes sim poderão se surpreender com a sua volta. Mas, a sua igreja não pode apontar que essa volta se constitui como elemento surpresa já que ela aguarda ansiosamente por ela. Por isso o Senhor está dizendo que volta logo e a igreja, num responso  congregacional, lhe responde: "Maran ata, volta Senhor Jesus! Se não existe está expectativa pela volta de Jesus no seio da igreja, qualquer um de nós tem todos os motivos para questionar se realmente essa congregação de pessoas é realmente uma igreja de Jesus Cristo. Há uns dez dias atrás, estávamos aqui numa semana teológica patrocinada pelo nosso querido Seminário Bíblico Teológico Eclesial. Naquela ocasião discorremos acerca da temática Púlpito Forte Igreja Saudável. Tive então a oportunidade de dizer que é engano acharmos que se o púlpito não for forte ainda temos igrejas, mesmo que não seja saudável. Pelo contrário, sem púlpito forte não há igreja. A igreja se reúne em torno da pregação da palavra de Deus. Ao nos reunirmos em torno da pregação da palavra de Deus, o nosso falar é todo tipo de manifestações litúrgicas que venham fazer parte, e precisam estar em consonância com a expectativa que temos pela volta de nosso Senhor. Todos podem ser surpreendidos pela volta do Cristo, menos a sua igreja. Portanto, não sejamos como aquelas 5 virgens loucas da parábola das dez virgens(Mateus 25:1-13).


Quando eu era seminarista, e em uma das aulas de história do Cristianismo ministrada por um professor do STBSB. Vou reservar o direito de não revelar seu nome. Porém, não pelo fato dele ter falado algo não condizente com nossa condição de crentes e de alunos daquela notável instituição Batista, da qual tenho muito orgulho de ter concluído minha formação teológica. Apenas, porque não me interessa mais ficar dando créditos neste momento a quem quer que seja. Portanto, nada de pessoal nisto. Mas, como ia dizendo, em das aulas dessa disciplina. O professor inquiriu a turma no sentido de que respondêssemos de como víamos o crescimento dos pentecostais naqueles idos anos de 1982. Eu lembro, bem por alto, de algumas intervenções de colegas de turma. Porém, o que me chamou atenção foi o que o professor da disciplina respondeu. Ele sinalizou que a postura e comportamento de um pentecostal em relação aos batistas era de que para um pentecostal Jesus vem amanhã, enquanto que para nós Batistas, Jesus pode vir amanhã, mas não é certo.  


Ao olharmos para este tempo presente, não resta dúvida de que muita coisa mudou. Inclusive este fato sobre a expectativa da volta de Jesus pelos pentecostais. Até mesmo os pentecostais de 40 anos atrás não são os mesmos de agora. E não sou eu que falo isso, alguns nomes importantes no cenário evangélico e que tiveram suas origens no pentecostalismo falam sobre esta temática. Mas, e quanto a nós Batistas, o que realmente mudou, ou não mudou absolutamente nada? Será que ainda persistimos naquela atitude do passado de que o Senhor Jesus pode vir amanhã, mas não dá pra ter certeza? Qual tem sido a expectativa que rege nossas vidas até agora? O Senhor Jesus é categórico ao afirmar que volta logo. Qual tem sido o nosso "AMÉM" ao nos depararmos com alguns textos das escrituras que falam sobre a volta do Senhor? Nosso amém tem sido enfático como o deste verso de número 21 do capítulo 22 de apocalipse?





I - Promessa da volta que não deixa absolutamente ninguém livre do juízo divino(V. 18a).


Não sei se vocês estão percebendo a grande responsabilidade que recai sobre nós pregadores e aqueles que efetivamente trabalham na produção, tradução, interpretação e impressão dos textos bíblicos. Isso mesmo, aqueles que chamamos de tradutores, intérpretes, ou até mesmo os pregadores da palavra. Mas, não apenas estes, assim como nós também que vivemos da interpretação e pregação da palavra. E você também que é mero ouvinte. A responsabilidade recai sobre cada um de nós nesta hora. Mas, eu quero me dedicar neste momento a explorar apenas essa relação bastante tênue entre aquele que prega e aquele que ouve. Há uma séria advertência para aqueles que, por acaso, estiverem pensando em adulterar a mensagem do texto bíblico. E que mensagem seria esta? Aquela que se refere a profecia da volta do Filho do Homem. 


Ninguém está efetivamente imune ao fato de que se cometer algum tipo de adulteração na mensagem de Jesus sobre sua volta. Pelo contrário, nesta época de redação deste texto de Apocalipse o que se tinha como escritura sagrada era a tradição escrita do Antigo Testamento(A lei e os profetas). Com isto o texto de Apocalipse se enquadra na categoria de escritura sagrada e revelada por Deus. Se não, lembremos do que está registrado no evangelho de Mateus quando o Senhor em conversa com seus interlocutores que o acusam de adulterar a lei(Mateus 5:17-19), afirma que não veio para este fim, porém para cumprí-la. A escritura, e, neste caso, o livro da Revelação, Apocalipse, é um documento, ou testemunho de próprio punho do Senhor Jesus de que qualquer tipo de adulteração tanto como acréscimo ou supressão que deturpe o sentido da mensagem do mesmo, arcará com as consequências, ou seja, com todas as pragas do livro, assim como a não participação no livro da vida e consequentemente fora da Cidade Santa.




II - Quem altera o texto ou o sentido do texto, assume para si que é passível do Juízo e condenação divina(V.198b-19).


Está claro aqui que a forma verbal por mim utilizada, onde o termo adulterar significa basicamente acrescentar ou tirar. Em ambas as situações, quando se adverte acerca dessas inferências no texto, a questão é a adulteração de sentido. E quando se adultera o sentido, neste caso quanto a volta imediata do Cristo, o que se pode depreender é o que chamamos de conduta irresponsável como no exemplo dado na parábola de Jesus sobre as cinco virgens loucas que não estavam preparadas para a chegada do noivo(Mateus 25:1-13). O Senhor Jesus é categórico ao afirmar que volta logo. O que compete a cada um de nós é nos prepararmos para a sua volta.E quando falamos em volta, isto significa que nosso papel enquanto pregadores é falarmos dessa volta iminente. E aquele que ouve levar muito a sério essa mensagem que os verdadeiros pregadores pregam sobre sua volta.


A árdua missão do pregador, muito mais do que o texto. Falo isso por uma simples razão,  muito embora o texto possa estar levemente alterado, cabe ao pregador da palavra ter consciência de que é uma possibilidade e mesmo assim continuar pregando que essa volta do Senhor é iminente, imediata e pra já. Temos o testemunho do próprio Senhor que volta logo. Não nos cabe ponderar sobre a demora ou não de uma promessa feita pelo Senhor. Temos um exemplo no antigo testamento que nos serve para ilustrar o dano que pode ser causado a vida de um povo, pelo fato de deixarmos de observar com mais seriedade o dom da paciência e da esperança(Êxodo 32:1). No texto de Êxodo 32 boa parte do povo que trazia consigo práticas idólatras adquiridas no Egito, aliadas ao comportamento de não se transitar pelas ruas em horários noturnos e, posteriormente, por estarem em local desértico que para eles eram locais de habitação dos demônios. Foram elementos condicionantes para se sentirem abandonados por Moisés e pelo Deus que conduzira Moisés e seu povo até aquele local de espera, pois Moisés fora adiante, subiu a montanha para ali receber as tábuas da Lei(Êxodo 24:1-18).


Todos somos passíveis de juízo de condenação por parte do Senhor por termos uma natureza pecaminosa. Temos o entendimento pela própria escritura de que a causa de não sermos consumidos se deve as misericórdias divinas(Lamentações 3:22). Se o Senhor Jesus tendo operado a tão grande salvação, agora nos ordena para que nos preparemos para a sua volta, por qual motivo haveremos de não colocarmos no horizonte de nossas vidas o seu retorno? Quando construímos tal argumento, impreterivelmente temos consciência de que ainda somos passíveis de sermos enganados tal como a serpente enganou o primeiro casal no Éden. E a probabilidade desse engano recai novamente naquele ardil maligno de subverter a palavra de Deus. Foi dessa maneira que ocorreu no capítulo 3 de Genesis e é dessa maneira que poderá ocorrer mais a frente. A alteração agora está tanto na adição quanto na extração de algo que invalide o real sentido das palavras do mestre. A única diferença entre a palavra divina do Eden e a palavra do Apocalipse é de que no Eden não havia a escritura, apenas a palavra proferida pelo Senhor. No Apocalipse há tanto a palavra daquele que retifica quanto o seu registro. 




III - É nossa obrigação repetirmos, reproduzimos as fiéis palavras do Senhor a todo instante(V.V. 20-21).


Não apenas reproduzimos, assim como devemos dar o nosso responso congregacional. Deus tem um compromisso com a sua igreja e é com a sua igreja e para a sua igreja que o Senhor Jesus endereça as suas palavras falando de sua promessa de volta. Existem aqueles dilemas que, em muitas ocasiões, podem causar desconforto e algum tipo de confusão na interpretação bíblica, teológica e doutrinária. Porém, podem nos ajudar a dirimir algumas dúvidas. A salvação do pecador acontece pela graça de Cristo. No pecador não há mérito ou qualquer tipo de virtude que possa ajudar na sua salvação. Tudo acontece por causa de uma intervenção soberana e divina, a qual nós ao lermos os textos do Novo Testamento, em especial as cartas paulinas, chamamos de GRAÇA(Efésios 2:8). Por outro lado, qualquer ser humano que tenha sido alcançado pela graça divina não vive isoladamente, pois Deus fundou a sua igreja, ou comunidade dos Santos para que este pecador remido pelo sangue de Jesus possa viver a sua vida de discipulado sob a disciplina de Cristo. O que quero e desejo deixar bem claro é que não existe crente sem igreja, ou aquilo que nós chamamos nessas nomenclaturas modernas ou pós modernas, crentes desigrejados.


O verso 21, em questão neste momento e  tópico, faz referência àquele de que é fiador de sua palavra. "Aquele que testifica estas coisas diz, certamente cedo venho". Ou seja, tudo que anteriormente tínhamos comentado partia de declarações bastante contundentes sobre o empenho do Senhor Jesus com relação a suas palavras que estavam sendo registradas neste livro. E simultaneamente advertia àqueles que, de alguma maneira, alterassem o sentido de suas palavras, acrescentando ou tirando alguma coisa delas. Sobre os tais cairiam todas as pragas do livro, ou então, a não participação dos mesmos na árvore da vida e morada na cidade santa. Ou seja, a existência deles estaria seriamente comprometida. O que podemos depreender com todo esse vigor e contundência do Senhor Jesus para com aqueles que se infiltram no seio da igreja para se tornarem fontes de tropeço para os filhos de Deus. É que o Senhor Jesus tem um forte compromisso com a sua igreja e por ela não apenas empenha a sua palavra. Assim como reafirma seu compromisso com aquela que foi capaz de dar a sua vida. 


Qual é afinal de contas nossa obrigação e compromisso com o Senhor da igreja? Temos que ser fiéis a ele, pois sabemos que temos uma grande recompensa que é a coroa da vida(Apocalipse 2:10). Primeiro de tudo, importa que sejamos crentes fiéis. Ao sermos fiéis a nosso Senhor também significa que aguardamos com grande expectativa a sua volta, retorno ou como queiram, a sua PAROUSIA. Então, quando nos encontramos em nosso local de culto, toda essa expectativa deve se traduzir em uma liturgia cúltica de adoração em que o principal responso da congregação reverbera de tal forma que o nosso ardente desejo pela volta do Senhor, penetra o céu ecoando: Vem Senhor Jesus!!! Amém, Amém, Amém!!!




Conclusão 


A promessa que o Senhor Jesus fez e faz sobre a sua volta, não é a mim nem a você. A promessa dele é para a sua igreja. Pois como já temos dito, é a sua igreja que anseia pela sua volta, pelo retorno. É evidente que enquanto pecadores resumidos pelo seu sangue, há um pouco de satisfação pessoal por sabermos que somos sim suas testemunhas. Que, na maioria das vezes, em grau menor ou maior parecemos todo tipo de perseguição por causa do nome de Cristo.E que para muitos foi um preço bastante constrangedor a tal ponto que custou a vida de nossos irmãos. Em boa parte desses casos com requinte de torturas, federação, pública e muito mais. De todos esses riscos, temos tomado ciência pela própria palavra de Deus. Onde nessas ocasiões também encontramos aquela palavra de consolo, conforto e refrigério para as nossas almas.


Na minha adolescência e juventude tive contato com uma dupla de cantores evangélicos que faziam bastante sucesso entre o povo de Deus desse tempo. Era a dupla Enoque & Priscila. E certa vez, na minha adolescência, um colega nosso e membro da mesma igreja que congregava partiu dessa vida de uma forma trágica e inesperada. É um daqueles acontecimentos que Deus deixa acontecer. Primeiro porque não há nada que aconteça nesta vida que passe sem que Ele perceba, ou que não tenha a sua aprovação. E eu lembro que foi um momento de pura emoção. A mãe do adolescente pediu para que o Enoque cantasse essa música: "Não, não se pode matar o crente Jesus não mente falou assim _ Quem perde a vida por mim tem sorte porque sua morte não é o fim.


Pastor Edvan estava pregando pela manhã, no primeiro domingo deste mês (02/07/2023). Eu lembro que em algum momento da mensagem, ele fez alusão aquela multidão daqueles que sofreram e morreram por causa da grande perseguição e já não estão mais conosco. Pois morreram com a expectativa de ressurreição naquele grande dia. Deus os está guardando para aquele grandioso dia também. Logo, é muito egoísmo de nossa parte não querer que este dia chegue logo por causa de gostos, caprichos e aquele sentimento de aspirações e conquistas pessoais. Quando as cartas às sete igrejas da Ásia são escritas, elas são endereçadas a seus pastores. As advertências e virtudes destacadas em cada igreja pelo Senhor Jesus visam restabelecer o grau de comprometimento do pastor para com sua respectiva igreja e vice-versa.


O pastor ou pregador precisa entender que o rebanho sobre o qual fora colocado por Deus para ser seu apascentador vai se alimentar das pastagens para onde são levadas estas ovelhas. Quando Paulo afirma que está dando de beber leite para os crentes de Corinto, ele faz tal declaração tendo plena consciência da responsabilidade que têm para dar do bom, saudável e sólido alimento. Ele não tem apenas consciência de sua responsabilidade assim como da capacidade dada por Deus para prover o seu rebanho com alimento sólido e nutritivo.


Aí chegamos a conclusão de que um rebanho bem nutrido é aquele que sabe muito bem das pastagens por onde tem sido conduzido pelo seu pastor. E que, afinal de contas, não é nenhum mercenário. Pelo contrário, sabe muito bem que o pasto por onde elas têm sido conduzidas são pastos verdejantes que cada vez mais mostram o grau de envolvimento com seu Senhor. E o grau de envolvimento é tanto que em todos os momentos que estas ovelhas se encontram reunidas no arrisco, e que tomam conhecimento de que o Senhor e pastor delas está voltando, suas principais atitudes mostram não apenas que conhece a voz do seu pastor, assim como a ele respondem: "Maran ata, vem Senhor!"

Fiquem com a fé!!!

  Texto - Hebreus 12:1-16 Tema - Fiquem com a fé!!! ICT - Assim como essa grande nuvem de testemunhas do passado. É nosso dever e obrigação ...