A idiotização do ser humano



     A idiotização do ser humano é muito mais democrática do que se possa imaginar. E ela tem sido o principal elemento e causa para que o pensamento de natureza intuitiva que, a meu ver e perdoem-me pela redundância, é o ponto de partida ou pré requisito para se alcançar o pensamento lógico e refinado. tenha seus dias contados. Com isso, ícones da história do pensamento estão fadados ao desaparecimento.

     Evidentemente que esse tipo de afirmação não surge de uma hora para outra e precisa estar respaldada por especialistas como educadores, filósofos, historiadores e de um modo geral por toda a intelectualidade que não faz outra coisa senão pensar e repensar os rumos que tem tomado a humanidade. Se imaginarmos que desde a primeira vez que um crítico como Aristóteles em sua obra "A Poética" conceituou a arte como MÍMESIS, ou seja, a arte como imitação. .

     Por este conceito o artista se encarrega de reproduzir tal qual é a figura ou imagem por ele observada. Este conceito da forma como foi utilizado por Aristóteles, já é o resultado de uma desenvolvimento nas artes plásticas de sua época. Pois a técnica(TECHNÉ) é propriamente o resultado de um aprimoramento.

     Pois bem esse conceito de Mímesis perdurou por toda a antiguidade e entrou pelo período medieval. E quando se classifica uma obra de arte como clássica subjaz a esta classificação esse conceito desenvolvido por Aristóteles desde a antiguidade. Sua influência foi grande nas artes plásticas, bem como na música, na literaturas e outras expressivas formas de se fazer arte.

     Mesmo quando a Europa foi tomada e influenciada pelo Renascentismo, ainda assim prevaleceu e subsistiu o conceito de MÍMESIS nas artes. Claro, e, agora não mais sob a tutela da cristandade e de um poder heteronômico e religioso.

     Somente a partir do final do século XIX e inicio do século XX é que começam a surgir aqueles artistas que farão uma revolução nas artes. Com eles surgem aqueles movimentos conhecidos como vanguardistas tais como: Impressionismo, Expressionismo, Cubismo e o desencadeamento de novas linguagens em todos os campos das artes tanto plásticas, literárias e musicais. foi uma época de muita experimentação.

     A intenção aqui não é necessariamente fazer uma síntese de história da arte. Mas de apontar na linha do tempo como de forma sintética ocorreu o desenvolvimento da percepção estética do homem e como poucos foram os que realmente tiveram acesso a este acervo. A solução encontrada para alcance de um maior público vem por meio da aceleração dos meios de produção.

     É quando tomamos conhecimento do tipo de leitura que faz a Escola de Frankfurt e o desenvolvimento do conceito de reprodutibilidade na obra de arte. A invenção da máquina fotográfica foi fundamental para o desenvolvimento desse conceito, a Reprodutibilidade, como aponta Walter Benjamim.

     Mas, porque então falar de idiotização? Precisa se falar já que tudo que se tem abordado até este momento obedece a um processo. A idiotização também é um processo. E o avassalador crescimento das mídias digitais tem acelerado este processo se comparado com a invenção da máquina fotográfica num progressão geométrica.

     É imprescindível que os educadores, filósofos, historiadores e intelectuais sejam críticos ferrenhos desse processo galopante de idiotização e infantilização pelo qual a geração atual tem passado e que compromete a sobrevivência das gerações futuras. É intenção, desde o pessimismo mais otimista, que a geração futura seja, pelo menos, Sancho Pança entre os milhões de Dom Quixote de La Mancha que a atual geração se tornou.

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