Plenitude do tempo como iniciação ao curso de teologia - aula II

 Temática - Plenitude ou cumprimento do tempo desde uma perspectiva teológica e sistemática.


Objetivo Geral - Vocês deverão ser capazes de perceber que, para se construir um conhecimento de natureza teológica, torna-se necessário uma fundamentação teológica e metodológica.


Objetivo Específico - Vocês deverão ser capazes de identificar que a base teológica está na Bíblia e a metodológica está na sistemática.


Conteúdo - Na semana passada depois de uma simples e resumida apresentação da escritura sagrada(Bíblia) como livro texto da teologia e de qualquer teologia. E não custa nada lembrar mais uma vez que, ao falarmos de Bíblia, estamos falando daqueles textos canonicamente aceitos. Chegamos a conclusão de que a maneira como recorremos ao texto sagrado obedece a uma disposição metodológica.


A forma de nos aproximarmos do texto sagrado tem uma relação direta com a linearidade e progressividade do tempo. Desde que esteja sob a condução e soberania divina. Foi o que também aqui falamos citando todos os exemplos que dão suporte a este entendimento, relacionado-o a alguns textos bíblicos. E por uma simples razão, estamos fazendo menção de acontecimentos ou eventos relacionados à ação divina. É esta que, em ato contínuo de sua auto revelação, culminará com a vinda de Cristo.


Todos estes aspectos essencialmente dinâmicos, são produtos de uma relação entre Deus e seu povo, ocorrida no passado(Passado de Israel). E a sucessão deste Israel histórico, agora, e desde um ponto de vista histórico-teológico é ocupado pela igreja e sua pregação teológica. É a igreja que assume como responsabilidade esta investidura. Ao término do texto da aula passada, fiz o registro da expressão EX EVENTU, ou seja, são informações que já se encontram de posse do autor e que ao fazer o registro historiográfico de uma profecia, ele também sabe da sucessão e desdobramento da mesma como evento.


Situações como esta são passíveis de se detectar principalmente quando lidamos com o evento Cristo. Os evangelhos se ocupam de narrar os aspectos marcantes e dotados de significativos ensinamentos durante seu ministério ou passagem entre nós. Entretanto, a descoberta deste mesmo Cristo enquanto chave linguística foi um dos aspectos centrais para o desenvolvimento do que metodológica e cientificamente nós haveremos de chamar CRISTOLOGIA. 


Todavia, nosso ponto de vista, ainda se encontra focado no passado(Antigo Testamento). Mesmo quando o projeto da expansão cristã é tocado e impulsionado por Paulo. A abordagem ainda permanece focada no passado. Mas, afinal de contas, o que é necessário para que haja uma guinada de olhar do passado para o futuro? Será o estranhamento e rejeição por parte dos judeus. E aí, essa rejeição ocorre tanto na Palestina quanto por aqueles judeus da Diáspora (De fora da Palestina).


É evidente que neste momento tenhamos que pular algumas etapas para a apropriação dos elementos mais específicos de uma análise mais minuciosa de nossa leitura teológica. Entretanto, é perfeitamente natural este tipo de análise. Uma vez que este curso é um curso de iniciação. E o que menos importa neste momento, é o acúmulo de conteúdos sem uma razoável análise crítica e lógica. Eu disse pra vocês, e falando de uma experiência bastante pessoal que a teologia foi uma ferramenta que me ensinou a pensar.


Então, a partir deste momento e tendo o alicerce teológico fundado na visão do Antigo Testamento e o cumprimento das promessas pelo evento marcante da revelação em Cristo. Vamos pensar agora como esse Cristo e a mensagem do evangelho do Reino que ele traz consigo, passa a fazer do universo religioso e profano do mundo antigo. Este mundo antigo a que fazemos referência é o mundo greco romano que abrangia toda a bacia do Mediterrâneo.


Por bacia do mediterraneo entendemos aquelas regiões circunvizinhas ao também chamado Mar Grande. Vale lembrar que tudo que conhecemos como cultura e produção cultural que possuímos no ocidente aconteceu através das realizações de povos que cresceram e desapareceram em suas andanças migratórias por esta região. O povo mais importante e dominador desta região foi o romano. E também por isso chamamos de civilização ou cultura greco romana. 


A cultura greco romana é, por assim dizer, a combinação do pensamento crítico e abstrato helênico com a práxis utilitarista dos romanos. E para tanto esses povos se valiam de seus deuses e histórias mitológicas. O que vem a seguir e a partir da expansão desses dois impérios, pela ordem e pelo encontro com culturas multiplural, é o fenômeno que chamamos de helenismo. E, consequentemente, é o que encontramos no mundo do Novo Testamento, ao tempo de Cristo e na Palestina.


Vocês terão a oportunidade, ao observarem os mapas desse período, de constatar não apenas a concentração demográfica desses povos, bem como as ondas migratórias. O que os acompanha nestes relatos de sagas e lendas são suas culturas e valores. Assim como o que faz que as ondas migratórias aconteçam tem relação com a maior oferta de comida, portanto, a possibilidade de se trabalhar com a terra para o seu cultivo.

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O termo teologia tem origem no latim theologĭa. Esta palavra, por sua vez, provém do conceito grego formado por theos (“Deus”) e logos (“estudo”). A teologia é, desta forma, a ciência que estuda Deus, os seus atributos, suas perfeições e a sua relação com a criação. Trata-se de um conjunto de técnicas filosóficas que procuram alcançar conhecimentos particulares sobre as entidades divinas.

O termo foi adoptado por Platão em “A República” (Politeia, no original). O filósofo grego usava-o para se referir à compreensão da natureza divina através da razão, em oposição à compreensão literária. Posteriormente, Aristóteles viria a usar o conceito com duas acepções: a teologia enquanto ramo fundamental da filosofia e a teologia enquanto denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à filosofia.



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